Transporte ajuda a impulsionar o IPCA-15

Mesmo com alta menos intensa em janeiro, alimentos continuaram pressionando o índice , que acumula alta de 6,04% em 12 meses

São Paulo – Com altas em tarifas de ônibus e na gasolina, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) acelerou e subiu 0,76% em janeiro, ante 0,69% no último mês de 2010 e 0,52% em janeiro do ano passado. Com isso, o IPCA-15, espécie de prévia do IPCA, acumula inflação de 6,04% em 12 meses, acima dos 12 meses imediatamente anteriores (5,79%). Os números foram divulgados nesta quarta-feira (26) pelo IBGE.

“A aceleração do IPCA-15 de janeiro ficou concentrada em itens importantes no orçamento das famílias, como as tarifas de ônibus urbanos”, diz o instituto. A variação foi de 1,77%, sendo o item de maior impacto individual no mês (0,07 ponto percentual). “O resultado refletiu os aumentos de 3,48% nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte e Salvador; 3,33% em São Paulo; e 1,74% em Recife”, informou o IBGE, acrescentando que também subiram as tarifas do ônibus intermunicipais (1,30%) e interestaduais (1,34%). Além disso, o etanol teve 4,31%, fazendo a gasolina subir 0,55% em janeiro. Com isso, o grupo Transporte passou de 0,17% para 0,89%.

Também subiram os preços dos aluguéis (de 0,73% para 1,23%) e do condomínio (de 1,04% para 1,28%). O grupo Habitação foi de 0,51%, em dezembro, para 0,60%.

Já o grupo Alimentação e Bebidas, principal responsável pela inflação de 2010, teve alta menos intensa, passando de 1,84% para 1,21%. Mesmo assim, foi responsável por 37% do IPCA-15 do primeiro mês deste ano.

“De dezembro para janeiro, alguns alimentos apresentaram taxas de crescimento menos intensas ou continuaram com resultados em queda. O item carnes passou de 1,08% para 0,11%, açúcar cristal (de 4,12% para 2,07%), açúcar refinado (de 8,24% para 3,04%), feijão carioca (de -12,72% para -16,98%), feijão preto (de -0,46% para -3,53%) e batata-inglesa (de -3,62% para -2,53%)”, diz o IBGE. “Outros itens apresentaram aumentos expressivos, como o tomate (de -6,19% para 23,47%), a cebola (de -3,15% para 5,55%), a cenoura (de 0,20% para 25,09%), as hortaliças e verduras (de -1,43% para 8,57%) e as frutas (de -1,16% para 3,93%).”

Entre as regiões pesquisadas, o maior índice foi apurado em Recife (1,23%), “ressaltando a alta de 2,63% nos preços dos alimentos”, enquanto o menor foi o de Goiânia (0,46%). Nas demais regiões, houve alta de 0,48% em Belém, 0,87% em Belo Horizonte, 0,82% em São Paulo, 0,79% em Curitiba, 0,78% no Rio de Janeiro, 0,69% em Brasília, 0,64% em Fortaleza, 0,59% em Porto Alegre e 0,54% em Salvador. 

O IPCA deste mês será divulgado em 8 de fevereiro.