PSI é prorrogado e renova otimismo do setor de máquina agrícola

São Paulo – O programa do BNDES de financiamento de compra de máquinas agrícolas foi prorrogado até o final do ano e renovou o otimismo de vendas do setor, que […]

São Paulo – O programa do BNDES de financiamento de compra de máquinas agrícolas foi prorrogado até o final do ano e renovou o otimismo de vendas do setor, que prevê em 2011 superar o recorde de faturamento registrado em 2008.

A renovação do PSI (Programa de Sustentação de Investimento), que conta com juros mais baixos do que os do mercado, e os bons preços das commodities agrícolas permitirão que o setor eleve suas vendas em cerca de 15 por cento na comparação com 2010, quando já tinham subido 25 por cento ante 2009, principalmente por conta do programa do BNDES.

“Poderemos ultrapassar este ano a marca de 8,4 bilhões de reais de vendas de 2008”, afirmou à Reuters José Carlos Pedreira de Freitas, diretor-adjunto da Câmara de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq (Associação Brasileira da Industria de Máquinas e Equipamentos).

Em 2010, o setor de máquinas e implementos faturou 7,5 bilhões de reais, disse o diretor. “Estamos muito otimistas. Ao lado da manutenção do programa, tem uma perspectiva muito grande com os preços de commodities. Quem compra é o produtor rural, e se a perspectiva é boa para as commodities, é boa para o setor.”

Os números da Câmara não consideram grandes máquinas agrícolas –contabilizadas pela Anfavea (a associação das montadoras)–, que também se beneficiaram do PSI. Mais de 80 por cento das vendas de máquinas e implementos contabilizados pela Abimaq foram feitas no ano passado com o apoio do programa, disse o diretor.

O PSI, que seria encerrado no final de março, foi prorrogado até 31 de dezembro de 2011, informou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nesta quinta-feira em nota.

A prorrogação, entretanto, foi feita com taxas mais altas, que na opinião do diretor da Abimaq não devem afetar os negócios. A alta do juro era esperada pela Selic (taxa básica de juro) mais alta e também com uma inflação maior. Os juros cobrados para comercialização de bens de capital, nos quais se incluem as máquinas agrícolas, passam de 5,5 por cento para 6,5 por cento ao ano (micro, pequena e média empresa), e para 8,7 por cento, para grande empresa.

“O governo foi muito sensível e evitou a paralisação do programa. Isso é importante porque é nesse momento que o pessoal está tomando decisão de comprar máquina. O produtor não toma decisão a partir de julho, porque em julho ele já estará preparando o solo para plantar”, disse Freitas.

Desde o ano passado o setor vem negociando com o governo a manutenção do PSI. O novo orçamento do programa, que agora inclui outros setores nos financiamentos, é de 75 bilhões de reais, segundo o BNDES.

“Passam a contar com as condições especiais do BNDES PSI a aquisição de partes, componentes e serviços tecnológicos para bens de capital”, afirmou o banco em nota. O PSI também financiará bens de tecnologia da informação e comunicação desenvolvidos no Brasil com tecnologia nacional, de acordo com critérios estabelecidos pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

Outra novidade, segundo o BNDES, é que será incluído no PSI o financiamento a ônibus com tração elétrica e tração híbrida, combinando o uso da eletricidade com algum outro combustível (diesel, biodiesel, etanol etc). Os equipamentos também terão de ser acessíveis para deficientes físicos.

Fonte: Reuters