Produção industrial volta a recuar em abril

Atividade caiu 0,2% em relação a março e 2,9% em comparação com igual período de 2011. IBGE destaca queda de 10,5% no setor de veículos automotores

São Paulo – A produção industrial brasileira recuou 0,2% de março para abril, segundo divulgou hoje (31) o IBGE. Foi o segundo mensal negativo seguido, com retração de 0,7% no período. A comparação também é negativa com abril do ano passado (2,9%) – oitava queda seguida na base anual. Com o resultado, a atividade industrial teve redução de 2,8% no primeiro quadrimestre do ano. Em 12 meses, cai 1,1%, mantendo, segundo o instituto, “a trajetória descendente iniciada em outubro de 2010”.

Em relação a igual período do ano passado, a maior perda de ritmo foi registrado no setor de bens de capital: de -1,1% no último quadrimestre de 2011 para -9,8% nos primeiros quatro meses deste ano. Já o segmento bens de consumo duráveis foi de -9,5% para -10,3%. O único com taxa positiva foi o de bens de consumo semi e não duráveis (de -1,3% para 0,7%).

Ainda na comparação com abril de 2011, a maior influência negativa entre os ramos pesquisados foi de veículos automotores (-10,5%), “pressionado em grande parte pela queda na produção de aproximadamente 75% dos produtos investigados no setor, com destaque para caminhões, caminhã-trator para reboques e semi-reboques, veículos para transporte de mercadorias, automóveis e chassis com motor para ônibus e caminhões.

O IBGE destacou também o ramo farmacêutico (-18,2%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-16,6%), alimentos (-3,1%), metalúrgica básica (-4,7%), fumo (-20,6%), produtos de metal (-5,7%), têxtil (-7,7%), borracha e plástico (-4,9%) e vestuário e acessórios (-11,9%).

Doze setores tiveram taxas positivas. Os principais impactos foram de refino de petróleo e produção de álcool (6%), máquinas para escritórios e equipamentos de informática (14,4%), e celulose, papel e produtos de papel (3,9%), “impulsionados em grande parte pela maior fabricação de gasolina automotiva e óleo diesel, no primeiro ramo, peças e acessórios para máquinas para processamento de dados e computadores, no segundo, e celulose no último”.

No mês, 13 dos 27 ramos mostraram redução na produção. Os destaques negativos foram alimentos (-3,7%) e farmacêutica (-8,5%) – o segundo acumula perda de 11,4% em dois meses.