São Paulo – A produção industrial brasileira ficou praticamente estável de março para abril (0,1%), no segundo mês seguido sem taxa negativa na pesquisa do IBGE. O instituto não fala em recuperação, apontando a existência de incertezas na economia. Em relação a abril do ano passado, a atividade cai 7,2%, na 26ª variação negativa nessa base de comparação, embora menos intensa do que no mês anterior (11,5%). A produção cai 10,5% no acumulado do ano, ante 2015, e 9,6% em 12 meses.

No mês, a atividade teve resultado positivo em duas das quatro categorias econômicas pesquisadas e em 11 dos 24 ramos. Os destaques foram produtos alimentícios, com crescimento de 4,6% (10,9% em dois meses), e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4%). “Nesses ramos, o resultado desse mês foi influenciado, em grande parte, pela antecipação da moagem da cana-de-açúcar”, diz o IBGE, ressaltando ainda o resultado de indústrias extrativas (1,3%), celulose, papel e produtos de papel (2,7%), máquinas e equipamentos (2%), bebidas (2,4%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (1,9%). Entre os 13 ramos com queda, estão veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,5%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-10,9%).

Já na comparação com abril do ano passado, o instituto registra “perfil disseminado de resultados negativos”, atingindo três das quatros categorias econômicas, 21 dos 26 ramos, 64 dos 79 grupos e 70,9% dos 805 produtos pesquisados. As principais influências negativas vieram de indústrias extrativas (-15,7%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-20,6%). E a principal pressão positiva veio de produtos alimentícios (12,3%).