Custo menor com educação derruba prévia da inflação oficial em março

IPCA-15 de março foi o menor em oito meses. Taxa anual recuou para 5,61%

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) variou 0,25% em março, abaixo tanto de fevereiro (0,53%) como de igual mês do ano passado (0,60%). Com isso, a inflação no primeiro trimestre ficou acumulada em 1,44%, ante 2,35% em 2011. Em 12 meses, o índice soma 5,61%, igualmente abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores (5,98%). Os resultados do IPCA-15, que funcionam como uma prévia do índice oficial de inflação (IPCA), foram divulgados na manhã de hoje (22) pelo IBGE. A taxa foi a menor dos últimos oito meses.

Segundo o instituto, o resultado foi determinado pelo grupo Educação, que passou de uma alta de 5,66%, em fevereiro, para 0,51%. Os preços dos alimentos também desaceleraram, embora em menor proporção, de 0,29% para 0,22% – o principal impacto (-0,04 ponto percentual) foi do item carnes, apesar de queda menos intensa (de -2,10% para -1,57%). O IBGE também destacou as quedas nos preços de tomate (de -3,82% para -16,33%), açúcar cristal (de -1,82% para -2,57%),  açúcar refinado (de -2,72% para -2,35%) e queijo (de 0,57% % para -0,85%). Entre as altas, subiramos preços da cebola (de 1,13% para 15,36%), do feijão preto (de 9,76% para 7,68%) e das frutas (de 0,58% para 4,70%).

Também contribuíram para a desaceleração do índice os grupos Artigos de Residência  (de 0,22% para -0,31%) e Comunicação (de 0,03% para -0,49%), além de Despesas Pessoais, com alta menor que a de fevereiro (de 1,07% para 0,60%). “Neste último, apesar do item empregado doméstico (de 1,78% para 1,38%) ter apresentado o maior impacto no mês, com 0,05 ponto percentual, a taxa foi bem mais moderada”, diz o IBGE.

O grupo Habitação passou de 0,48% para 0,44%, com desaceleração do aluguel residencial (de 1,20% para 0,45%) e do condomínio (de 0,68% para 0,48%). Registraram alta ante fevereiro os grupos Vestuário (de -0,33% para 0,16%) e Transportes (de -0,05% para 0,11%). No segundo caso, contribuíram para a elevação os itens passagens aéreas (de -8,83% para 1,35%), gasolina (de -0,30% para -0,18%), etanol (de -2,38% para -1,48%) e automóvel novo (de -0,45% para -0,04%). “Nos artigos de vestuário a elevação é atribuída ao início da entrada da nova estação”, informa o instituto.

Entre as regiões metropolitanas, o maior índice foi o de Recife (0,82%), com impacto dos itens empregado doméstico (7,81%) e ônibus urbano (2,04%) e intermunicipal (6,83%). O menor foi registrado no Rio de Janeiro (-0,06%), sob influência de empregados domésticos (-3,22%) e alimentos (-0,02%). Em São Paulo, a variação foi de 0,15%.

O IPCA de março será divulgado em 5 de abril.