Preço da cesta básica sobe em 14 de 17 capitais em setembro

Comportamento foi o inverso do mês anterior; segundo o Dieese, salário mínimo necessário deveria ser de R$ 2.047,58

São Paulo – O preço da cesta básica subiu em setembro em 14 das capitais pesquisadas pelo Dieese, invertendo a tendência do mês anterior. As maiores altas foram registradas em Salvador (3,67%), Rio de Janeiro (3,62%), Vitória (3,39%), Fortaleza (3,13%) e São Paulo (2,30%). Houve queda apenas em Natal (-1,28%), João Pessoa (-1,13%) e Aracaju (-0,80%). De acordo com a pesquisa, a cesta mais cara continua sendo a de Porto Alegre, onde houve aumento de 1,17%: R$ 243,73. Em seguida, vem a de São Paulo (R$ 241,08). A mais barata foi a de Aracaju (R$ 173,56).

Com base no preço da cesta mais cara, o Dieese calculou o salário mínimo necessário para uma família de quatro pessoas em R$ 2.047,58, 4,01 vezes o valor oficial (R$ 510,00). Essa proporção era de 3,97 vezes em agosto e de 4,44 vezes em setembro do ano passado.

A jornada de trabalho necessária para a compra dos alimentos considerados essenciais foi, em média, de 91 horas e quatro minutos em setembro, quase duas horas a mais do que no mês anterior (89 horas e 38 minutos), mas abaixo do período de setembro de 2009 (96 horas e 23 minutos).

No acumulado do ano, o preço sobe em 16 capitais – a exceção é Brasília (-2,80%). De janeiro a setembro, o instituto apurou as maiores altas em Goiânia (14,02%), Recife (12,19%) e Salvador (9,07%).

Segundo o Dieese, houve aumentos generalizados nos alimentos que compõem a cesta. De agosto para setembro, por exemplo, o óleo de soja ficou mais caro em 16 das 17 capitais pesquisadas. “A demanda internacional pela soja foi a principal causadora do aumento no preço do produto, mas outra explicação para isso foi o estoque mais reduzido da matéria-prima”, diz o instituto.

Também na variação mensal, a carne e o pão subiram em 15 capitais. “Há várias razões para a elevação generalizada no preço da carne. A causa mais forte resulta da queda das exportações em decorrência da crise financeira internacional, o que fez com que, para reduzir custos, os produtores abatessem boa quantidade de matrizes, causando a falta de bois, neste momento, para atender os mercados interno e internacional. Além disso, a estiagem prolongada – com seca severa em algumas regiões — deixou os pastos prejudicados e, para os produtores, não interessa vender gado magro, reduzindo a oferta e, em conseqüência, elevando o preço.”