Em fevereiro

Preço da cesta básica cai em nove capitais e aumenta em outras nove

Em 12 meses, segundo o Dieese, os preços caem em 13 e sobem em cinco cidades. Preço do leite caiu em 16 municípios e os do feijão e açúcar, em 15. Carne aumentou em dez, tomate em 11 e arroz em 12

arquivo rba

São Paulo – O custo com a cesta básica, em fevereiro, aumentou em nove e caiu em outras nove capitais pesquisadas pelo Dieese. As maiores altas foram apuradas em Aracaju (5,31%), Florianópolis (2,49%) e Rio de Janeiro (1,35%), e as retrações ocorreram em João Pessoa (-3,47%), Manaus (-3,44%) e Brasília (-2,91%). A cesta mais cara foi a de Florianópolis (R$ 330,75) e a de menor valor, a de Aracaju (R$ 225,57).

Nos primeiros dois meses do ano, o preço da cesta recuou em dez capitais, com destaque para a queda de 4,55% em Belo Horizonte. E subiu em oito, principalmente em Aracaju (4,0%) e Florianópolis (3,58%).

Em 12 meses, os preços caem em 13 e aumentam em cinco capitais.

Com base na cesta mais cara, a da capital catarinense, o Dieese estimou o salário mínimo necessário para um trabalhador  e sua família em R$ 2.778,63 – 3,84 vezes o valor oficial (R$ 724). Essa proporção era de 3,8 vezes em janeiro e 4,05 em fevereiro do ano passado.

Segundo o instituto, em fevereiro, o trabalhador precisou cumprir, em média, jornada de 88 horas e 30 minutos para comparar todos os gêneros essenciais. O período foi menor em relação tanto a janeiro (88 horas e 51 minutos) como a fevereiro do ano passado (94 horas e 57 minutos).

O preço do leite caiu em 16 capitais, com destaque para Recife (-7,01%), Curitiba (-5,17%), Brasília (-4,75%) e Belém (-4,35%), e só aumentou em Aracaju (0,50%) e Campo Grande (0,44%). “Apesar da menor produção do leite devido à seca, houve diminuição do preço do produto, já que o volume de estoque nos laticínios e cooperativas é alto. Isso reduziu o ritmo de compra de matéria-prima por parte das empresas”, informa o Dieese. Em 12 meses, o leite aumentou em todas as capitais.

Já o preço do feijão recuou em 15 das 18 cidades pesquisadas. As maiores quedas foram em municípios do Nordeste: Recife (-9,95%), Fortaleza (-7,45%), Natal (-5,97%), João Pessoa (-5,69%) e Salvador (-5,49%), além de São Paulo (-5,07%). “Grandes estoques de
feijão, reunidos desde dezembro, seguram o preço ao consumidor. Porém, há previsão de
aumento do valor do grão, diante do calor excessivo e da desvalorização do real, uma vez que parte do feijão consumido internamente vem de fora do país”, diz o instituto. O produto só aumentou em Manaus (5,56%), Aracaju (4,20%) e Belém (2,34%).

O açúcar também caiu, no mês de fevereiro, em 15 cidades, além de ficar estável em Natal. O Dieese apurou as maiores quedas em Brasília (-5,98%), Salvador (-3,83%), São Paulo (-3,78%), Vitória (-3,16%) e Rio de Janeiro (-3,11%). Só foi registrada alta em Aracaju (4,84%) e Curitiba (2,89%). “Apesar do aumento nos preços internacionais do açúcar, a redução dos valores no varejo se deve aos altos estoques existentes e à necessidade de as usinas flexibilizarem os valores para venda de açúcar.”

Produto de maior peso na composição da cesta básica, a carne bovina aumentou em dez das 18 capitais pesquisadas, com altas que variaram de 0,17% (Belo Horizonte) a 2,25% (Florianópolis). Entre os oito municípios com queda, os destaques foram Brasília (-3,30%) e Recife (-2,28%). “As altas temperaturas e o aumento das exportações de carne diminuíram a oferta interna, resultando na elevação do valor do bem em algumas regiões”, afirma o Dieese.

Os preços do arroz, em período de entressafra, subiram em 12 cidades no mês passado. E os do tomate subiram em 11 capitais. “Apesar da entrada da safra de verão, os preços seguem pressionados no varejo em algumas cidades devido ao clima (chuvas no fim de ano)”, o que atingiu a colheita, de acordo com o instituto.