Fevereiro

Na ‘prévia’ da inflação, mensalidade escolar puxa alta e alimentos sobem menos

IBGE também apurou aumentos da energia, do gás encanado e do transporte coletivo. Taxa do IPCA-15 em 12 meses é de 3,73%

Reprodução

Segundo o IBGE, as mensalidades dos cursos regulares representaram quase metade da inflação apurada em fevereiro

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), “prévia” da inflação oficial, variou 0,34% no segundo mês do ano, acima de janeiro (0,30%), mas junto com a registrada em 2000 teve a menor taxa para fevereiro desde o início do Plano Real. Segundo o IBGE, que divulgou os resultados nesta quinta-feira (21), o acumulado em 2019 está em 0,64%. Em 12 meses, vai a 3,73%.

Quase metade do resultado de fevereiro se deve às mensalidades dos cursos regulares, que subiram 4,60% e representaram impacto de 0,15 ponto percentual. O grupo Educação teve alta de 3,52%, ainda com elevação média de 3,16% em cursos diversos.

O grupo de maior peso no índice geral, Alimentação e Bebidas, subiu menos (0,64%, ante 0,87%). O item carnes, por exemplo, foi de 1,72% para -0,28%, enquanto o tomate caiu ainda mais, de -8,16% para -20,32%.

A maior alta foi do feijão carioca: 34,56%, com impacto de 0,06 ponto no IPCA-15. Também subiram itens como batata inglesa (12,39%) e frutas (2,33%). Comer fora ficou 0,58% mais caro. 

Transportes variou -0,46%, com o preço da gasolina caindo pelo terceiro mês seguido, agora em 2,43%, e impacto de -0,11 ponto na taxa geral. O IBGE apurou ainda quedas do etanol (-1,31%) e do óleo diesel (-0,15%). O gás veicular subiu 3,21%, influenciando pelo aumento verificado na região metropolitana de São Paulo (8,27%).

Ainda nesse grupo, as tarifas de ônibus urbanas subiram 2,50% neste mês. E os intermunicipais tiveram alta de 1,54%. São Paulo teve ainda reajustes nas tarifas de trem e de metrô (6,70%), enquanto na região metropolitana do Rio de Janeiro houve aumento médio de 4,26% no táxi e reajuste de 9,52% nas passagens de trem. Já as passagens aéreas caíram 16,53%, representando o segundo maior impacto negativo do mês (-0,08 ponto).

No grupo Habitação (0,18%), a energia elétrica subiu 0,38% depois de quatro quedas consecutivas. O item variou de -0,99% (Curitiba) a 3,16% (Fortaleza). O gás encanado subiu 3,91%, em média, com reajustes no Rio e em São Paulo. 

Vestuário teve deflação (-0,92%). O instituto apurou quedas tanto nos preços das roupas femininas (-1,40%) como das masculinas (-0,76%) e infantis (-0,99%). Os calçados caíram 0,80%.

Entre as regiões pesquisadas, Goiânia e Brasília tiveram deflação: -0,04% e -0,15%, respectivamente. A maior taxa foi a de Belém: 0,63%, com altas do feijão carioca (nesse caso, de 50,08%) e dos cursos regulares. No Rio e em São Paulo, a taxa foi de 0,41%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deste mês serão divulgados em 12 de março.