Estímulo

Metalúrgicos do ABC criticam falta de proteção ao emprego entre medidas do governo para o setor automobilístico

Sindicalistas também lamentam a falta de uma linha de crédito popular, embora considerem positiva a iniciativa

Arquivo Agência Brasil
Arquivo Agência Brasil
Para os sindicalistas, é muito grave um programa que conta com incentivos do governo, não ter a proteção ao emprego no setor automotivo, tanto nas montadoras quanto nas autopeças

São Paulo – O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC considera “bem-vinda” a medida provisória para o setor automobilístico, mas também aponta problemas no anúncio do governo. O principal é a falta de um dispositivo de proteção ao emprego.

“É um anúncio importante do governo para o setor e contempla parte das sugestões encaminhadas pelos metalúrgicos do ABC ao presidente Lula”, afirma Wellington Messias Damasceno, diretor administrativo do sindicato. “Entre elas, ter maior benefício para as empresas que comprarem mais do setor de autopeças nacional, aquelas que oferecerem um produto mais acessível em termos de valor e que também leve em consideração os veículos menos poluentes”, acrescenta.

Pontos críticos da política para o setor automobilístico

Ao mesmo tempo, o dirigente vê “pontos críticos” no conjunto de ações. “É muito grave um programa como esse, que conta com incentivos do governo, não ter a proteção ao emprego no setor automotivo, tanto nas montadoras quanto nas autopeças. A preservação ao emprego é importante e é o que esperamos de um governo eleito com foco nas demandas dos trabalhadores e trabalhadoras”, afirma Wellington.

Segundo ele, o alerta foi feito durante reunião realizada em 25 de maio, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e empresários do setor. “Reforçamos a importância de inclusão da proteção ao emprego. Nenhum representante empresarial se contrapôs à proposta, mesmo assim essa contrapartida social não foi anunciada”, afirma o dirigente.

Linha de crédito e juros

Wellington também considera preocupante a ausência, entre as medidas, de uma linha de crédito popular. “Seria uma parte importante do programa e está na proposta que apresentamos ao governo para permitir que trabalhadores e trabalhadoras tenham acesso à compra de um veículo zero. Na maioria dos casos, a compra só é possível com prazos mais longos e juros mais baratos de financiamento.”

Há pouco mais de um mês, em 3 de maio, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Moisés Selerges, ao lado de Wellington e do também diretor Aroaldo Oliveira da Silva entregaram a Lula um estudo sobre o setor automobilístico, com as propostas da categoria. Além disso, os sindicalistas apontam a taxa básica de juros (Selic) como um fator que prejudica a economia e os trabalhadores. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reunirá nos próximos dias 20 e 21. Hoje, o IBGE divulgou dados sobre a inflação, que veio abaixo do esperado e no menor nível em três anos.

Entre as propostas do governo para estimular a indústria automobilística, está redução de preços de automóveis, caminhões e ônibus, além de incentivo à redução da frota com mais de 20 anos de uso. O total de créditos tributários somará R$ 1,5 bilhão – R$ 700 milhões para caminhões, R$ 500 milhões para carros e R$ 300 milhões para ônibus.


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