Meirelles: BC deve ter atuação técnica, mesmo que medidas pareçam impopulares

Segundo o presidente da instituição, não haverá mudança de rota devido ao ano eleitoral

Brasília – O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, defendeu nesta sexta-feira (26) a atuação técnica da instituição, mesmo que determinadas medidas possam parecer impopulares a curto prazo.

“Atuar de forma consistente significa também não evitar decisões tecnicamente justificadas que, no curto prazo, possam parecer antipáticas ou impopulares, mas que visam sim ao bem comum”, disse Meirelles, ao dar posse ao novo diretor de Assuntos Internacionais do BC, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo.

Meirelles enfatizou que a atuação consistente “significa fazer o necessário, na medida e na hora adequada, para, por um lado manter a estabilidade do Sistema Financeiro Nacional e, por outro, assegurar a convergência da inflação à trajetória das metas”.

Em ano eleitoral, Meireilles também destacou que “enganam-se aqueles que esperam por mudanças na conduta política do BC em função do calendário cívico”. “Nossa dedicação aos objetivos do BC é inequívoca e permanente. É esse o espírito do corpo funcional do banco e da diretoria colegiada”, acrescentou.

Para Meirelles, “é importante que a sociedade procure analisar os documentos, bem como pronunciamentos de autoridades monetárias pelo que está escrito ou dito e não pela interpretação de agentes ou jornalistas”.

Ele acrescentou que os “documentos básicos” para orientar os mercados e informar a sociedade são as notas das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que define a taxa básica de juros – a Selic -, e os Relatórios de Inflação.

O presidente do BC afirmou ainda que mudanças na diretoria do BC são rotina. “O compromisso do quadro funcional, e seu talento, tem permitindo que a atuação do banco seja consistente, e persistente, mesmo com a natural rotatividade da Diretoria. Não há razão alguma para supor que isto seja diferente doravante”, disse.

As decisões do BC de aumento da taxa básica de juros, Selic, costumam ser criticadas por setores da sociedade, mas para Meirelles a instituição tem sido bem sucedida nos objetivos de zelar pela estabilidade financeira e monetária, com convergência da inflação para a trajetória de metas da inflação.

Cabe ao BC perseguir a meta de inflação, que tem como centro de 4,5% para este ano, com margem de dois pontos percentuais para mais ou pra menos. Quando o BC considera que a economia está aquecida e a trajetória de inflação é de alta, a taxa básica é ajustada para cima.

Atualmente, a Selic está 8,75% ao ano. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decide a Selic, será nos dias 16 e 17 de março.

Fonte: Agência Brasil