São Paulo – Em discurso no final da manhã desta terça-feira (6), na abertura da 17ª edição da Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães (BA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma defesa enfática do agronegócio, como fundamental para a economia, e destacou os empresários do setor que investem sem destruir o meio ambiente. “Quando a agricultura vai bem, a indústria de máquinas vai bem. É preciso parar de construir rivalidade onde ela não existe”, disse.

“Por que eu poderia ser contra um produtor rural que quer terra pra trabalhar, ser contra um grande produtor que está produzindo para vender sua soja, ou fazendo o Brasil voltar a plantar algodão?”, questionou Lula.

O discurso foi um aceno ao agronegócio, setor cujos representantes têm causado dificuldades ao governo na Câmara dos Deputados, como no caso da votação e aprovação  da Medida Provisória (MP) 1.150 na Câmara. O texto afrouxava a proteção à Mata Atlântica e teve trechos vetados pelo Executivo ontem (6).

“Deus queira que a gente produza muito mais, venda e exporte muito mais, porque tudo isso é riqueza pra esse país”, acrescentou o presidente. “Quando a gente fala de meio ambiente e da questão do clima, não está falando dos produtores que trabalham corretamente e que preservam”, disse ainda.

Segundo ele, em 2023 o governo vai investir mais em infraestrutura do que o governo anterior nos últimos quatro anos. “Onde tem uma obra de infraestrutura que foi feita no ano passado? Uma ponte, uma estrada, uma ferrovia?”, questionou.

Na maior feira do agronegócio do Norte/Nordeste

A Bahia Farm Show é a maior feira agrícola e de negócios do Norte e Nordeste. O BNDES deve anunciar cerca de R$ 7,6 bilhões em investimentos no setor, que serão direcionados à sustentabilidade, capacidade de armazenagem e segurança alimentar. O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, participou do evento, assim como o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Estão previstos também investimentos de R$ 3,6 bilhões para o Plano Safra e, ainda, R$ 4 bilhões em linha de financiamento em dólar para o Crédito Rural. Esses valores serão investidos em construção e ampliação de armazéns, obras de irrigação, formação e recuperação de pastagens, geração e distribuição de energia de fontes renováveis e regularização ambiental, segundo o ministério.