Inflação

IPCA de 0,22% é o menor para agosto desde 2010

Nos últimos 12 meses, taxa acumulada de 9,53% é a maior desde 2003. INPC fecha agosto em 0,25% e alcança 9,88% em 12 meses

São Paulo O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto variou 0,22% e ficou 0,40 ponto percentual abaixo do 0,62% registrado em julho e 0,03 aquém do 0,25% de agosto de 2014. É o menor IPCA para os meses de agosto desde 2010, quando registrou 0,04%. Com isto o resultado do ano foi para 7,06%, bem mais do que os 4,02% de igual período de 2014. Em relação ao acumulado de janeiro a agosto, foi a taxa mais elevada desde 2003 (7,22%). Nos últimos 12 meses, o acumulado foi de 9,53%, próximo aos 9,56% dos 12 meses imediatamente anteriores.

De julho para agosto, vários itens ficaram mais baratos, com destaque para as passagens aéreas, cuja queda de 24,90% contribuição em menos 0,11 ponto no resultado do mês. No grupo transportes também caíram os preços de automóveis usados (-1,03%), pneus (-1,00%), acessórios e peças (-0,96%). Mas subiram os preços da gasolina (0,67%), do etanol (0,60%), do ônibus urbano (0,60%) e do automóvel novo (0,30%).

No grupo alimentação e bebidas (-0,01%), parte expressiva dos produtos pesquisados passou a custar menos de julho para agosto, destacando-se a batata-inglesa (-14,75%), o tomate (-12,88%) e a cebola (-8,28%), que, juntos, tiveram contribuição de -0,10 ponto percentual no índice do mês. Entre os itens que subiram em agosto, os destaques foram a farinha de mandioca (4,40%) e o alho (2,74%).

No grupo habitação (0,29%), a queda identificada no item energia elétrica (-0,42%) não ocorria desde março de 2014, quando ficou em -0,87%. O item refletiu a redução no PIS/Cofins na maioria das regiões pesquisadas. Foram apuradas altas em taxa de água e esgoto (1,07%), mão de obra pequenos reparos (0,84%), condomínio (0,71%), artigos de limpeza (0,49%) e aluguel residencial (0,40%).

A respeito da taxa de água e esgoto, a alta de 1,07% foi influenciada pelas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, cujas contas aumentaram 9,29% em função do reajuste de 9,98% ocorrido em 1º de agosto, e de Vitória, onde as contas aumentaram 7,37%, refletindo parte do reajuste de 10,69% em vigor a partir do dia 8.

Entre os grupos de produtos e serviços pesquisados, o de educação, com 0,82%, registrou a mais elevada taxa no índice do mês, reflexo de ajustes do segundo semestre do ano letivo.

O grupo despesas pessoais, cuja alta de 0,75% é explicada, principalmente, pelos itens serviço bancário (2,65%), cabeleireiro (0,86%) e empregado doméstico (0,53%). Quanto aos demais grupos, os resultados foram: artigos de residência, com 0,37%, vestuário, com 0,20%, e comunicação, com 0,14%.

O maior IPCA local foi o de Curitiba (0,47%) em virtude da alta de 3,02% nos preços dos combustíveis. O menor foi registrado em Brasília (-0,16%).

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou variação de 0,25% em agosto, e ficou 0,33 ponto abaixo do resultado de julho. O acumulado no ano fechou em 7,69%, bem acima da taxa de 4,11% relativa à igual período de 2014. Considerando os últimos 12 meses, o índice está em 9,88%, pouco acima dos 9,81% relativos aos 12 meses anteriores. Em agosto de 2014 o INPC foi de 0,18%.

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos. O INPC, calculado desde 1979, se refere às famílias com rendimento de uma cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado. Ambos abrangem dez regiões metropolitanas do país, mais os municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília.