IPCA-15 em desaceleração e IGP-M em queda mostram inflação mais comportada

Prévia do IPCA passou de 0,70% para 0,23%; em 12 meses, índice continua acima da meta (6,55%)

São Paulo – Resultados divulgados nesta terça-feira (21) mostram um comportamento mais controlado da inflação, embora em 12 meses os índices permaneçam altos. No caso do Índice Nacional de Preços ao Consumidor-Amplo (IPCA-15), prévia da inflação oficial, calculada pelo IBGE, a variação em junho foi de 0,23%, ante 0,70% no mês anterior (em junho de 2010, 0,19%). Foi a menor taxa desde agosto (-0,05%). Com isso, o IPCA-15 fechou o semestre em 4,10%, ante 3,35% em igual período do ano passado. Em 12 meses, atinge 6,55%, acima dos 12 meses imediatamente anteriores (6,51%) e do teto da meta fixado pelo governo (6,5%).

Já o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), teve deflação de 0,21% na segunda prévia de junho, ante alta de 0,66% em igual período de maio. Na mesma base de comparação, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), um dos componentes do IGP-M, passou de 0,97% para -0,15%.

O IGP-M acumula 3,12% no ano e 8,62% em 12 meses. O IPC tem altas de 3,97% e 6,26%, respectivamente.

Segundo o IBGE, o item transportes foi o principal responsável pela desaceleração do IPCA-15 de maio para junho, passando de 0,93% para -0,73%, mesmo com as altas de ônibus urbanos (1,3%) e tarifas aéreas (12,85%). O preço da gasolina caiu 3,43% e o do etanol recuou 16,53%. Juntos, os preços dos combustíveis caíram 4,56%, com impacto de -0,23 ponto percentual no índice geral.

Os alimentos também contribuíram para o resultado do mês, ao passar de 0,54% para 0,11%. Entre os produtos que ficaram mais baratos, o IBGE destacou arroz (-2,02%), frutas (-4,08%), peixes (-5,14%) e batata-inglesa (-13,03%).

No caso do IPC, os alimentos caíram 0,81%, após 1,09% em maio, com destaque para hortaliças e legumes (de 5,92% para -3,42%), frutas (-0,98% para -5,19%) e laticínios (2,40% para 0,96%). Também influenciou o resultado o grupo Transportes (de 1,61% para -1,33%), com queda da gasolina (de 5,51% para -3,37%) e álcool combustível (de 0,25% para -16,43%).