IPCA-15 cede em outubro e mostra tendência de recuo em 12 meses

Resultado foi determinado por preços de alimentos e vestuário. Acumulado no ano está em 5,48%, acima de 2010. Mas desacelerou em 12 meses (7,12%) pela primeira vez agosto do ano passado, o que deve se repetir na próxima divulgação

São Paulo – Após dois meses em rimo ascendente, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), calculado pelo IBGE e divulgado nesta quinta-feira (20), voltou a ceder e teve variação de 0,42% em outubro, ante 0,53% no mês anterior e 0,62% em outubro de 2010. O acumulado no ano está em 5,48%, acima de igual período do ano passado (4,17%), mas o índice em 12 meses ficou abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores (de 7,33% para 7,12%). Foi a primeira vez, desde agosto do ano passado, que o IPCA-15 desacelerou em 12 meses. E isso deve se repetir na próxima divulgação, porque a taxa deverá ser menor que a de novembro de 2010 (0,86%). O índice funciona como uma prévia do IPCA – o resultado deste mês será divulgado em 11 de novembro.

Segundo o instituto, a desaceleração foi determinada, princpalmente, pelos itens alimentação e bebidas (de 0,72% para 0,52%) e vestuário (de 1,00% para 0,38%). “Alimentos importantes no consumo, apesar de continuarem em alta, reduziram o ritmo de crescimento de preços, a exemplo do leite pasteurizado (de 2,64% em setembro para 1,43% em outubro), do frango (de 2,51% para 0,86%), das frutas (de 3,70% para 0,84%) e carnes (de 1,79% para 0,55%)”, informou o IBGE. Alguns produtos tiveram quedas mais acentuadas, como hortaliças (de -1,23% para -3,11%), tomate (de -1,66% para -6,27%) e alho (de -17,18% para -11,19%).

Também desaceleraram os salários dos trabalhadores domésticos (de 0,99% para 0,10%), assim como o grupo despesas pessoais, que passou de 0,52% para 0,22%). Itens relacionados ao consumo, como eletrodomésticos (de -0,03% para -1,09%) contribuíram para a queda do grupo artigos de residência (de -0,05% para -0,57%).

Mesmo subindo menos, de 23,40% para 14,23%, em média, o item passagens aéreas representou um dos principais impactos no IPCA-15 de outubro (0,07 ponto percentual). Ainda em transportes (de 0,70% para 0,57%), o etanol teve alta de 1,17%, ante 1,95% em setembro, enquanto a gasolina desacelerou de 0,65% para 0,11%.

Entre as regiões, o maior índice foi calculado em Brasília (0,77%), devido, principalmente, aos preços das passagens áereas (13,01%) e o menor, em Belém (-0,12%), com queda de 0,26% nos alimentos. Nas maiores regiões metropolitanas, o índice teve variação de 0,44% em Belo Horizonte, 0,67% em Porto Alegre, 0,39% no Rio de Janeiro, 0,25% em Salvador e 0,39% em São Paulo. No acumulado do ano (5,48%), as maiores taxas são as Curitiba (6,07%) e Belo Horizonte (6,05%) e menor, também de Bém (3,05%).