custo de vida

Inflação oficial em 2013 é de 5,91%, com impacto dos alimentos

Custos com alimentação, que correspondem a um quarto do orçamento doméstico, subiram menos no ano passado, mas mesmo assim foram os principais responsáveis pelo resultado

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no país, terminou 2013 acumulado em 5,91%, pouco acima do ano anterior (5,84%) abaixo de 2011 (6,50%) e equivalente a 2010. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) fechou em 5,56%, abaixo de 2012 (6,20%). Os resultados foram divulgados na manhã de hoje (10) pelo IBGE.

Responsável por um quarto do orçamento das famílias, a despesa com alimentação foi a principal responsável pelo resultado: o grupo Alimentação e Bebidas representou 2,03 pontos percentuais do índice total, ou 34% do índice, mesmo tendo alta um pouco menor que a de 2012, passando de 9,86% para 8,48%. Esse custo aumentou em todas as regiões pesquisadas pelo IBGE, chegando a a 9,47% em Recife, 9,36% em Porto Alegre e 9,34% no Rio de Janeiro.

Fazer refeição fora de casa ficou 9,49% mais caro, e esse item, individualmente, representou 0,47 da taxa geral. O preço do lanche fora aumentou 12,28%, o café da manhã subiu 12,01% e o cafezinho, 11,78%. Alimentos consumidos no domicílio subiram 7,64%, ante 10,07% no ano anterior. Vários produtos aumentaram: leite longa vida (17,15%), macarrão (16,8%), pão francês (15,11%), tomate (14,74%), queijo (14,58%), hortaliças e verduras (12,32%, abaixo de 2012: 16,76%), cerveja (9,30%, também abaixo: 13,55%), carnes (4,57%).

Alguns produtos ficaram mais baratos no ano passado. Entre eles, feijão carioca (-17,32%), óleo de soja (-17,09%), açúcar refinado (-14,47%), feijão mulatinho (-14,05%), alho (-13,99%), açúcar cristal (-9,39%), cebola (-7,9%), café moído (-5,45%) e arroz (-4,87%).

A segunda maior alta do ano veio do grupo Despesas Pessoais (8,39%, ante 10,17% em 2012). O IBGE destaca a altas com serviços de empregados domésticos (11,26%), cigarro (15,33%), manicure (11,01%), hotel (10,81%), costureira (7,03%) e cabeleireiro (8,05%).

No grupo Transportes, item de segundo maior peso no orçamento familiar (18,86%), a alta foi de 3,29%, bem acima de 2012 (0,48%). O preço do litro da gasolina subiu 6,53%, “na maior parte em consequência do reajuste de 4% ocorrido nas refinarias a partir de 30 de novembro”, enquanto o dos automóveis aumentaram 3,52%, “em decorrência, além de outros fatores, do aumento do IPI, embora não tenha retornado ao patamar de origem”. Em 2012, os combustíveis haviam ficado 0,72% mais baratos, enquanto o preço dos automóveis novos caiu 5,71% e o dos usados, 10,68%.

No transporte público, as tarifas de ônibus urbanos ficaram estáveis (0,02%), com influência das manifestações de rua, que levaram à suspensão ou cancelamento de reajustes, destaca o IBGE. Apenas duas regiões fecharam 2013 com aumento: Fortaleza (10%) e Curitiba (6,74%).

A energia elétrica correspondeu a um impacto de -0,52 ponto no IPCA, “tendo em vista a redução de 15,66%, em média, no valor das contas”. Assim, o grupo Habitação teve alta de 3,4%, bem abaixo de 2012 (6,79%), mesmo com o aumento de 12,01% no aluguel residencial.

O grupo Educação foi de 7,78% para 7,94% no ano passado. As mensalidades dos cursos regulares subiram 8,22%, enquanto o item cursos diversos (como idiomas e informática) aumentaram 9,29%.

Já o grupo Artigos de Residência saltou de 0,84%, em 2012, para 7,12%, após efeitos de isenção ou redução do IPI. “Os preços voltaram a subir em 2013 tendo em vista, principalmente, o aumento progressivo do imposto, e os eletrodomésticos ficaram 9,05% mais caros ao passo que em 2012 a taxa foi de 0,26% apenas”, diz o IBGE. “Acrescente-se a isto a alta nos serviços de conserto e manutenção de artigos de casa, que foram para 7,15% em 2013, acima dos 5,15% de 2012.”

Planos de saúde e consultas médicas pressionaram o grupo Saúde e Cuidados Pessoais, que subiu 6,95%, ante 5,95% no ano anterior. Os valores das mensalidades dos planos aumentaram 8,73%, as consultas médicas subiram 11,77% e as dentárias, 9,74%. Também foram maiores os preços de serviços de hospitalização e cirurgia (7,8%), remédio (4,7%) e artigos de higiene pessoal (6,58%).

No Vestuário, a variação foi menor que a de 2012 (de 5,79% para 5,38%). O IBGE destacou as altas de roupas infantis (6,2%) e femininas (5,92%).

Regiões

A maior alta do IPCA foi a da região metropolitana de Recife (6,86%), onde os preços dos alimentos aumentaram 9,47%. E a menor foi apurada em Salvador (5,03%), com estabilidade no grupo Habitação, redução de 28,03% na energia elétrica e 7,14% nas tarifas de ônibus urbanos, além de variação do aluguel residencial (6,88%) abaixo da média nacional (12,01%). O IPCA variou 6,09% na região metropolitana de São Paulo, 6,16% no Rio de Janeiro, 5,75% em Belo Horizonte, 5,79% em Porto Alegre, 6,38% em Fortaleza e 5,97% em Brasília.

Dezembro

Apenas no mês de dezembro, o IPCA variou 0,92%. Foi a maior taxa mensal desde abril de 2003 (0,97%) e o maior índice para dezembro desde 2002 (2,1%). O principal impacto foi do grupo Transporte (alta de 1,85%), com 0,35 ponto percentual. Apenas os itens gasolina (aumento de 4,04%) e passagens aéreas (20,13%) representaram 0,15 e 0,12 ponto, respectivamente.

 

 

 

Leia também

Últimas notícias