São Paulo – A atividade industrial registrou em abril o maior crescimento em três anos, informou hoje (11) a Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com os Indicadores Industriais, pesquisa mensal sobre o desempenho do setor, o número de horas trabalhadas (que mede a produção) aumentou 2,9% na comparação com março. A expansão é a maior de um mês para o outro desde março de 2010, quando o indicador tinha avançado 3%.

Os dados desconsideram as oscilações típicas de determinada época do ano. Segundo a CNI, houve crescimento das horas trabalhadas em 17 dos 21 setores da indústria pesquisados. Em março, apenas seis segmentos tiveram aumento no indicador.

Demais indicadores também tiveram desempenho positivo. O faturamento real – descontada a inflação – aumentou 5% em abril em relação a março. Essa expansão recuperou o nível registrado em agosto do ano passado, quando o crescimento também tinha ficado em 5%. Nos quatro primeiros meses do ano, o faturamento real aumentou 6,8% na comparação com o primeiro quadrimestre de 2012.

O emprego industrial cresceu 0,7%, sem retração pelo oitavo mês seguido. A massa salarial da indústria aumentou 0,4%, com alta pelo terceiro mês consecutivo. A utilização da capacidade instalada atingiu 83,3% em abril. De acordo com a CNI, é o maior nível desde junho de 2011.

Mais cedo, antes de divulgar oficialmente os números, o presidente da CNI, Robson Andrade, levou a notícia em primeira mão ao ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Segundo Andrade, o crescimento é consistente, mas ainda é cedo para fazer uma avaliação mais profunda sobre a recuperação do setor. “Essa é a dúvida que temos, saber se agora deslancha.” Segundo ele, o que se vê, desde o início do ano, é que o crescimento é lento, mas consistente.”

“As políticas implementadas no ano passado pelo governo começaram a dar resultado, com as desonerações e o incentivo ao consumo, como no caso dos veículos e dos eletrodomésticos da linha branca”, ressaltou.

Ele enfatizou ainda o aumento dos investimentos, principalmente no setor de máquinas e equipamentos. Para Andrade, as medidas mostram que a indústria está retomando o crescimento em consequência do aumento dos investimentos.

O empresário apresentou ao ministro um mapa estratégico da indústria, projetando aonde o setor quer chegar em 2022. “O mapa mostra aonde a indústria de transformação pode chegar no Brasil de maneira a recuperar o espaço que foi perdido nesses últimos anos.”

No encontro com Mantega, o presidente da CNI pediu ainda a desonerações para setores que não foram contemplados e para alguns investimentos, como os feitos no setor de energia elétrica, com a construção de pequenas centrais hidráulicas.

Com informações da Agência Brasil