a conta

HSBC anuncia que pretende vender suas operações no Brasil e na Turquia

Sindicato dos Bancários de São Paulo adianta que acompanha o processo e vai cobrar do futuro novo controlador proteção ao emprego dos trabalhadores

arquivo rba

Em meio a denúncias de evasão de divisas, banco anuncia venda de operações no Brasil

Brasília – O banco HSBC anunciou hoje (9) que pretende vender suas operações no Brasil – e também na Turquia – , mas planeja manter uma participação no Brasil para atender a grandes clientes corporativos. Em pronunciamento distribuído pelas redes sociais, a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, disse que cobrou explicações do banco inglês e ressaltou que o sindicato irá acompanhar todo o processo para atuar na defesa dos empregos.

Ainda pela manhã, circulou a notícia de que o banco pretendia encerrar definitivamente suas atividades nos dois países, o que poderia levar ao corte de 50 mil postos de trabalho.

Imediatamente, o sindicato e a Confederação Nacional dos Bancários (Contraf-CUT) entraram em contato com o presidente do banco no Brasil. Juvandia Moreira gravou vídeo aos trabalhadores bancários no Facebook do entidade: “Falei com o presidente do banco no Brasil, André Brandão, que desmentiu as notícias. O processo de venda continua e esses funcionários não serão mais do HSBC e sim do novo banco controlador. Vamos acompanhar a situação dos bancários do HSBC. Estamos bastante preocupados, estamos acompanhando. Assim que soubermos qual será o novo controlador do banco nós vamos procurá-lo para saber dos empregos, das agências bancárias, da situação dos clientes aqui no Brasil”, explicou.

A nota do HSBC Brasil, assinada por Brandão, divulgada aos funcionários após a repercussão na mídia informou: “É importante ressaltar que este é um processo de venda e não um processo de encerramento das nossas operações no país, como saiu esta manhã equivocadamente na imprensa”. A nota da matriz realmente não fala em fechar o banco no Brasil, mas em venda (sell)

O anúncio da reestruturação foi feito cinco dias após o banco ter fechado um acordo com as autoridades da Suíça para encerrar as investigações de lavagem de dinheiro na filial da instituição naquele paraíso fiscal, pelo qual vai pagar cerca de R$ 134 milhões. De acordo com o promotor-chefe de Genebra, Olivier Jornot, o acordo representa o maior confisco já feito pela corte da capital suíça.

Em comunicado, o banco declarou que nem a instituição nem seus funcionários são suspeitos de qualquer crime. O HSBC pediu desculpas aos clientes e investidores pelas falhas do passado nas operações suíças e informou que já revisou os seus procedimentos.

Lucros à vista

Segundo o comunicado, o banco projeta uma economia entre US$ 4,5 bilhões e US$ 5 bilhões até 2017 com o plano de reestruturação. De acordo com o informe, o HSBC quer aumentar seus investimentos na Ásia, principalmente na China e na região da Associação de Nações do Sul Asiático (Asean), por meio da expansão do gerenciamento de ativos e de seguros com foco nos mercados emergentes.

“O mundo está cada vez mais conectado. Há expectativa de que a Ásia tenha elevado crescimento e se torne o centro do comércio mundial na próxima década. Estou confiante de que nossas ações vão nos permitir acompanhar as oportunidades de crescimento e dar mais retorno para os acionistas”, disse, em nota, o presidente executivo do banco, Stuart Gulliver.

O HSBC suíço estava sendo investigado desde fevereiro. Conhecida como Swissleaks, a investigação revelou documentos fornecidos por Hervé Falciani, ex-funcionário do HSBC em Genebra, ao jornal francês Le Monde e compartilhados com o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, que reúne profissionais de mais de 40 países.