Governo retira R$ 61 bi da economia e encarece crédito longo
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Luiz Mendes, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o chefe do Departamento de Normas do BC, Sérgio Odilon dos […]
Publicado 03/12/2010 - 10h04
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Luiz Mendes, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o chefe do Departamento de Normas do BC, Sérgio Odilon dos Anjos. (Foto: Antônio Cruz/Abr)
Brasília – O Banco Central e o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciaram nesta sexta-feira uma série de medidas para enxugar a liquidez da economia e evitar o surgimento de “bolhas”, em um momento de inflação em alta e a menos de uma semana da próxima reunião o Copom.
O governo elevou o compulsório sobre depósitos à vista e a prazo e tornou mais caro o crédito de longo prazo das pessoas físicas.
“Essa medida que tem um caráter macroprudencial, portanto, reduz a liquidez no mercado financeiro e inibe o surgimento de trajetórias não sustentáveis, as bolhas no crescimento do volume de crédito e a assunção de riscos que podem ser negativos para a economia”, disse a jornalistas o presidente do BC, Henrique Meirelles, após o anúncio.
O “efeito líquido do processo” referente aos compulsórios será de um recolhimento adicional de 61 bilhões de reais. Segundo Meirelles, o recolhimento total ficará 10 bilhões de reais acima do que prevalecia antes da crise e representa um ajuste devido à inflação e à expansão do crédito no período.
O presidente do BC afirmou que as medidas são prudenciais, mas terão impacto macroeconômico no nível de atividade e na inflação.
Ele lembrou ainda que há uma equivalência entre medidas macroprudenciais e as ações convencionais de política monetária. Ressaltou, porém, que “não são substitutas perfeitas, mas devem ser aplicadas com finalidades específicas”.
A poucos dias da próxima reunião do Comitê de Pollítica Monetária, a leitura inicial dos mercados parece ter sido de que uma alta dos juros ficou mais distante.
O DI janeiro 2011 recuava com força, para 10,686 por cento, ante os 10,839 por cento do ajuste da véspera. O DI janeiro 2012 caía para 12,11 por cento, ante 12,24 por cento.