Varejo

Estáveis em junho, vendas no comércio registram pior semestre

Nos primeiros seis meses de 2016, volume caiu 7%, enquanto a receita subiu 4,5%. Setores como supermercados e eletrodomésticos sentem os efeitos da queda da renda e do crédito

EBC

Tiveram resultado positivo em junho atividades de tecidos, vestuário e calçados (0,7%)

São Paulo – As vendas no comércio varejistas variaram 0,1% de maio para junho, segundo informou hoje (9) o IBGE, enquanto a receita cresceu 0,9%. Na comparação com junho do ano passado, o volume caiu 5,3%, na 15ª taxa negativa seguida, ainda que menos intensas que as dos dois meses anteriores (-9% em maio e -6,9% em abril). A receita cresceu 6%. No primeiro semestre, em relação a igual período de 2015, as vendas caíram 7% em volume (menor resultado da série histórica) e subiram 4,5% em receita. E no acumulado em 12 meses, a retração de 6,7% também foi a maior da série, enquanto a receita aumentou 3,4%.

Com o chamado comércio varejista ampliado, que inclui veículos e motos, partes e peças mais material de construção, a variação de maio para junho foi de -0,2% no volume e na receita. Na comparação com junho de 2015, queda de 8,4% no volume e estabilidade na receita. As vendas caem 9,3% no semestre e 10,1% em 12 meses.

No mês, o IBGE registrou relativa estabilidade em setores como combustíveis e lubrificantes (-0,1%), móveis e eletrodomésticos (-0,1%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,2%). Um segmento importante, o de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, pressionam a taxa para baixo, com queda de 0,4%, enquanto equipamentos e material para escritório, informática e comunicação recuou 3,6%.

Tiveram resultado positivo em junho atividades de tecidos, vestuário e calçados (0,7%) e outros artigos de uso pessoal e domésticos (0,8%), “com desempenhos influenciados pelas comemorações das datas festivas do mês de junho”. O setor de livros, jornais, revistas e papelaria avançou 0,6%.

No comércio ampliado, o setor de veículos e motos caiu 1,3%. Já material de construção cresceu também 1,3%.

Na comparação com junho do ano passado, hipermercados/supermercados tem queda de 2,9%, móveis e eletrodomésticos recua 9,7%, combustíveis/lubrificantes cai 8,9% e outros artigos de uso pessoal e domésticos, 8,4%. “Essas atividades respondem por mais de 80% da taxa global”, lembra o IBGE.

Em relação ao setor de hipermercados, o instituto observa que o resultado negativo “mantém alta correlação com a evolução negativa da massa de salários real habitual”. O setor tem queda de 3,6% no semestre e 3,4% em 12 meses.

Já o segmento de móveis e eletrodomésticos sofre os efeitos do “menor ritmo de crescimento do crédito as famílias, além da queda da renda real”. As retrações são de 14,5% no ano e de 15,7% em 12 meses.

Ainda em relação a junho de 2015, houve redução no volume de vendas nas 27 unidades da federação. O destaque foi o Amapá, com retração de 19,1%. Entre os principais estados, o Rio de Janeiro registrou queda de 9,5% e São Paulo, de 1,7%.