Emprego formal reflete momento da economia e saldo de vagas cresce menos

Resultado do Caged em agosto foi o mais fraco em dez anos. Em 12 meses, país cria quase 1,4 milhão de postos de trabalho com carteira assinada

São Paulo – O emprego formal refletiu em agosto o ritmo menos intenso da economia, conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na tarde de hoje (20) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O saldo foi de 100.938 vagas com carteira assinada, crescimento de 0,26% sobre o estoque do mês anterior, resultado de 1.819.767 contratações e 1.718.829 demissões.Para meses de agosto, foi o menor resultado desde 2003 (79.772). O recorde é de 2010 (299.415). Segundo o Caged, o saldo atinge 1.373.803 no ano (expansão de 3,64%) e 1.457.412 em 12 meses (3,85%).

Mais da metade das vagas abertas no mês passado veio do setor de serviços: 54.323, variação de 0,34%. O comércio criou 31.347 postos de trabalho (0,37%), a indústria de transformação abriu 16.438 (0,2%) e a construção civil, 11.278 (0,37%). O único setor com resultado negativo foi o da agropecuária, que fechou 16.615 vagas (-0,97%).

Mas a agropecuária é o que mostra melhor resultado percentual de janeiro a agosto, com expansão de 9,8% e saldo de 152.838 empregos formais. Em números absolutos, o destaque é o setor de serviços, com 593.967 postos de trabalho a mais (3,85%). A construção cresceu 8,87% (acréscimo de 256.343), a indústria, 2,27% (185.434) e o comércio, 1,54% (131.213). No ano, a administração pública criou 34.598 vagas, com aumento de 4,34%.

Na avaliação do MTE, o emprego formal mantém trajetória de alta. O secretário substituto de Políticas Públicas de Emprego, Rodolfo Péres Torelly, afirmou que 100 mil vagas representam um número positivo. Para ele, “os números evidenciam ainda o problema da rotatividade”.