Dieese: alimentos mais uma vez puxam inflação para cima em agosto

Alta de 0,20% no Índice do Custo de Vida atinge com mais força os mais pobres, diz estudo

São Paulo – O preço da comida mais uma vez puxou para cima o Índice do Custo de Vida medido em agosto pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A inflação média do mês passado ficou em 0,20%, porém os produtos alimentícios subiram 0,64%, três vezes mais. O destaque ficou com os legumes, que apresentaram aumento médio de 12,32% no período.

Além de medir o impacto da alta de preços na sociedade como um todo, o Dieese também analisa a inflação de acordo com a renda das famílias. Daí que a conclusão seja que a alta dos alimentos detectada em agosto tenha afetado com mais força a parcela mais pobre da população, cuja renda média familiar gira em torno de R$ 370.

O Índice de Custo de Vida alerta, porém, que o preço dos alimentos ainda não são os maiores responsáveis pelo inflação. O serviços, diz o estudo, também têm culpa no cartório.  “Na análise das variações de preços dos serviços, as taxas são muito elevadas, ou seja, observa-se mais homogeneidade nos aumentos, com todos eles ficando acima da inflação”, explica o estudo do Dieese.

No que vai do ano, tampouco é a comida que mais tem colaborado para a inflação. De acordo com o Dieese, o primeiro posto fica com as despesas pessoais, entre eles cigarros e produtos de higiene e beleza, com alta acumulada de 12,55% nos últimos oito meses. Depois vem educação e leitura (8,25%) e só em terceiro lugar a alimentação, com 4,78%. Saúde (4,64%) e habitação (4,62%) vêm logo atrás.