Custo do transporte cai, e IPCA tem a quarta desaceleração seguida

Taxa de maio (0,47%) foi a menor em oito meses. Variação anual, ainda acima de meta, atingiu 6,55%

Um dos maiores contribuintes para a queda na taxa de crescimento foi o grupo transporte, com queda de 0,24% (Foto: Maurício Morais)

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve em maio a quarta desaceleração seguida e atingiu 0,47%, ante 0,77% no mês anterior – em maio de 2010, ficou em 0,43%. Foi a menor taxa dos últimos oito meses. Mas na variação anual o índice ainda está acima do teto da meta fixada pelo governo (6,5%), atingindo 6,55%, ante 6,51% nos 12 meses imediatamente anteriores. Nessa base de comparação, a alta é constante há nove meses. No acumulado do ano, o IPCA registra inflação de 3,71%, acima de igual período do ano passado (3,09%). Os números foram divulgados nesta terça-feira (7) pelo IBGE.

Segundo o instituto, o grupo transportes foi determinante para a redução na taxa de crescimento de abril para maio. O grupo passou de alta de 1,57% para uma queda de 0,24%, em grande parte devido ao comportamento dos combustíveis, que passaram de 6,53% para -0,35%. O litro de etanol, que havia subido 11,20% no mês anterior, caiu 11,34% em maio, no principal impacto negativo do mês. Já a gasolina foi de 6,26% para 0,85%. Também contribuíram para a desaceleração os itens passagens aéreas (de -9,42% para -11,57%), automóveis novos (de -0,28% para -0,58%) e automóveis usados (de -0,53% para -1,26%).

Ainda com resultados considerados relativamente altos, os grupos vestuário (de 1,42% para 1,19%) e saúde e cuidados pessoais (de 0,98% para 0,73%) também tiveram desaceleração no mês. Os alimentos sofreram ligeira alta, de 0,58% para 0,63%, com destaque para o tomate (de -18,69% para 9,41%) e o leite pasteurizado (de 2,66% para 3,15%)..

O grupo habitação subiu de 0,77% para 0,97% – a taxa de água e esgoto foi de 1,00% para 2,32% e o aluguel residencial, de 0,76% para 0,95%. Por fim, o grupo despesas pessoais (de 0,57% para 0,72%) teve alta puxada pelo aumentos nos salários dos trabalhadores domésticos (de 0,54% para 1,14%).

Entre as regiões, o maior índice foi o de Belo Horizonte (0,70%), com destaque para o reajuste nas taxas de água e esgoto e energia elétrica. O menor foi o de Brasília (0,02%), onde o preço da gasolina caiu 2,23% e o etanol, 18,04%. Em São Paulo, o índice teve forte desaceleração, de 0,79% para 0,33%. O IPCA teve inflação de 0,55% em Belém, 0,50% em Curitiba, 0,29% em Fortaleza, 0,56% em Goiânia, 0,50% em Porto Alegre, 0,65% em Recife, 0,60% no Rio de Janeiro e 0,60% em Salvador. Calculado em nove regiões metropolitanas, além do município de Goiânia e de Brasília, O IPCA se refere a famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos.

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também desacelerou, de 0,72% em abril para 0,57% em maio (ante 0,43% em igual mês de 2010). Com isso, o índice acumula inflação de 3,48% este ano, pouco abaixo de igual período do ano passado (3,50%). Em 12 meses, a taxa é de 6,44%, ante 6,30% no período imediatamente anterior.