Crescimento industrial não pressiona inflação, diz CNI

Brasília – Segundo o economista chefe da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, o crescimento da atividade industrial no primeiro mês de 2011 não é preocupante e não […]

Brasília – Segundo o economista chefe da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, o crescimento da atividade industrial no primeiro mês de 2011 não é preocupante e não gera pressões inflacionárias. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (14), a atividade industrial começou o ano de 2011 crescendo. Apenas o faturamento registrou resultado negativo.

Para Castelo Branco, o problema ocorreria caso a indústria demonstrasse incapacidade para aumentar a produção. “Longe de dizer que (a indústria) está com o uso da capacidade exaurida. Os preços industriais têm tido comportamento favorável. A origem das pressões inflacionárias recentes estão nos preços internacionais ou no setor de serviços e não no setor industrial”, esclareceu Castelo Branco na primeira divulgação formal do setor em 2011.

Ainda segundo a CNI, a atividade industrial continua moderada em 2011. O nível de utilização da capacidade instalada (UCI) dessazonalizada, em janeiro, foi de 82,6 % contra 82,4% registrados em dezembro do ano passado. Quando comparada a janeiro do ano anterior, a utilização do parque instalado cresceu 1,4 ponto percentual.

Apesar do crescimento da indústria, o setor não atingiu os índices pré-crise econômica internacional, em 2008. “Esse ritmo de crescimento é bastante menor ao observado nos últimos meses de 2010”, disse o economista.

No faturamento real, os índices foram negativos. O percentual de janeiro foi 1,3% menor que o de dezembro. Esta é a segunda queda registrada na base comparativa com o mês anterior. As horas trabalhadas expandiram 0,6%. Mesmo com o número positivo, o número é 3,3% menor do que o registrado no período pré-crise, em setembro de 2008. Quando comparado ao mesmo mês de 2010, o crescimento foi de 3,7%.

Nesse caso, o resultado foi considerado normal para o período. “Os resultados negativos em janeiro são usuais para o mês quando comparados a dezembro do ano anterior. (A indústria) Sai de um mês que é de aquecimento de fim de ano e entra nos primeiros meses (do ano seguinte) que são mais moderados”, explicou.

Para 2011, a CNI estima crescimento menor para o setor industrial este ano em relação ao desempenho do ano passado. “O ambiente de crescimento apresentado em 2010 não deve dominar este ano. Os números a partir do segundo semestre devem ser menores”, analisou Castelo Branco.

Emprego

O emprego expandiu-se em 0,2% em janeiro frente o mês anterior. O número mostra aumento da contratação mesmo com a atividade industrial em ritmo moderado. A massa salarial real do segmento industrial apresentou queda de 15% em janeiro ante o mês anterior, sem ajuste sazonal. Segundo a CNI, o recuo é normal para a época do ano. Os segmentos com alta superior a 7% são equipamentos de transporte, papel e celulose, produtos de metal, máquinas e equipamentos e madeira.

De acordo com a CNI, dos 19 setores pesquisados, em 12 deles o emprego teve aumento maior que a média da indústria de transformação. O segmento de veículos automotores e máquinas e equipamentos teve maior destaque, com aumento de 9,6%, seguido por metalúrgica básica e outros equipamentos de transporte, com expansão de 8,9%.

Fonte: Agência Brasil