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Copom volta a manter taxa de juros em 14,25%

Mais uma vez, decisão não foi unânime: dois integrantes do colegiado queriam aumento de meio ponto. Centrais sindicais criticam

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Juros mantêm-se no mesmo nível desde o final de julho do ano passado

São Paulo – Pela quinta vez seguida, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve em 14,25% a taxa básica de juros (Selic), em linha com a expectativa predominante entre observadores do mercado. A decisão, anunciada na noite de hoje (2), ao encerramento da reunião, não foi unânime. Os juros mantêm-se nesse nível desde o final de julho do ano passado. Depois disso, nas cinco reuniões seguintes, a Selic não teve alteração. A taxa nominal é a mais elevada desde julho de 2006 (14,75%) – a real, descontada a inflação (IPCA), está pouco acima dos 3%.

Mais uma vez, dois integrantes do colegiado votaram pelo aumento da taxa, em meio ponto percentual. Os diretores Sidnei Corrêa Marques (Organização do Sistema Financeiro) e Tony Volpon (Assuntos Internacionais) divergiram da maioria pela terceira reunião seguida. Os outros seis, incluindo o presidente do BC, votaram pela manutenção.

A decisão, sem viés, foi tomada “avaliando o cenário macroeconômico, as perspectivas para a inflação e o atual balanço de riscos, e considerando as incertezas domésticas e, principalmente, externas”, diz nota divulgada pelo Copom. Foi o mesmo teor do texto publicado após a primeira reunião de 2016, realizada em janeiro.

A inflação ainda preocupante e a queda da atividade econômica ajudam a dividir opiniões. Nesta quinta-feira (3), às 9h, o IBGE divulga os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre e do ano de 2015.

Ao manter a taxa Selic, o governo penaliza o setor produtivo e a geração de empregos e renda. É uma decisão nefasta, baseada em uma política econômica equivocada, que acelera a economia em direção a um redemoinho de incertezas, penalizando os trabalhadores”, afirma, em nota, o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (SD-SP).

A CUT já havia manifestado preocupação antes do encontro do Copom. “Manter inalterada a taxa básica de juros da economia brasileira, atualmente em 14,25% ao ano, a maior em quase uma década, pode tornar cada vez mais difícil e distante a recuperação de nossa economia”, diz a central. “Juros altos significam menos emprego e renda para os trabalhadores, menos vendas para o comércio e empresas do setor produtivo e, por outro lado, aumentam os lucros dos banqueiros e especuladores financeiros. Essa política equivocada concentra a renda cada vez mais nas mãos de poucos.”