São Paulo – O Índice do Custo de Vida (ICV), calculado pelo Dieese na cidade de São Paulo, teve alta de 0,14% em julho, ante 0,02% no mês anterior. Mas o comportamento foi bastante distinto entre as faixas de renda: o estrato 1, das famílias de menor poder aquisitivo, teve deflação de 0,01%, enquanto o 3, das famílias de maior renda, registrou alta de 0,21%. Já o estrato 2, intermediário, subiu 0,05%. Com isso, o ICV está acumulado em 3,36% no ano e em 5,21% nos últimos 12 meses.

Item de maior peso no ICV, o grupo Alimentação (28,11% do total) teve deflação de 0,77% em julho, com queda de 11,13% nos preços de legumes e de 7,98% em hortaliças. Já o item Habitação (peso de 23,16%) subiu 0,85%. Na sequência, Transporte (15,38% do total) teve leve alta, de 0,07%, e Saúde (14,17%) subiu 1,03%.

No ano, os dois grupos com inflação acima da taxa geral (3,36%) são Educação e Leitura (5,08%) e Saúde (5,48%). Mais próximos ao ICV acumulado ficaram os itens Habitação (3,93%) e Alimentação (3,54%). Entre os estratos, o 1 subiu 3,72%, o 2 teve inflação de 3,53% e o 3, de 3,20%.

Inflação localizada

Segundo o Dieese, de janeiro de 2008 até julho deste ano, o ICV subiu 14,18%. “No início deste ano, preços subiram e m comparação com o final do ano passado e chegou-se a temer uma aceleração generalizada, seguida de uma diminuição acentuada. Para verificar a trajetória da inflação e tentar prever a tendência para os próximos meses, os 540 itens que compõem o ICV foram agregados em dois grupos: Bens e Serviços. A análise constatou que enquanto os Bens subiram 10,38%, os Serviços aumentaram 17,95%, sendo os grandes responsáveis pela taxa do período”, diz o instituto. “Do ponto de vista dos Bens, é possível que haja tendência de estabilidade, mas os Serviços ainda podem ter reajustes significativos, em especial para certos preços administrados.”