Com ações em queda, Alckmin breca venda da Cesp para governo federal

Com novo modelo de concessões, valor da companhia paulista geradora de energia despenca na Bolsa

São Paulo – O governador Geraldo Alckmin (PSDB) congelou o processo de venda da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) para a União. A venda estava em gestação desde a posse do tucano no estado e da presidenta Dilma Rousseff (PT) no governo federal, em janeiro de 2007.

A Cesp, terceira maior geradora de energia do país, vem sofrendo perdas significativas na Bolsa de Valores desde o mês passado, quando Dilma anunciou o novo modelo para renovação das concessões no setor – que prevê queda média de 20% no valor das contas de luz, entre outras medidas que devem diminuir o lucro das empresas. De lá pra cá, as ações da Cesp despencaram 31%.

A ideia inicial era que a companhia passasse ao controle de Furnas, que pertence ao sistema Eletrobras, enquanto São Paulo usaria o negócio para fazer caixa. Porém a possibilidade de venda não foi incluída no Orçamento 2013 do governo paulista, principal indicativo da mudança de rumo.

Com a notícia da “desistência” publicada hoje (3) pelo jornal Folha de S.Paulo, os papéis da Cesp caíram mais ainda. Por volta das 14h, a queda era de cerca de 5%. Isso fez o secretário de Planejamento do Estado, Julio Semeghini, vir a público para dizer que a negociação não está totalmente descartada.

“Não está no orçamento porque não é a hora… Mas não houve nenhuma mudança, o governo continua avaliando a venda. (…) Pode tomar essa decisão em qualquer momento se achar que é boa”, afirmou.

O Estado de São Paulo possui 94,08% das ações ordinárias da Cesp, segundo dados da Bovespa, e 36% do total dos papéis em circulação da empresa.

O governo paulista já considerou vender participação na companhia no passado e a decisão sobre a renovação das concessões era vista pelo mercado como um fator que poderia desencadear a privatização da empresa.

Com informações da Reuters e agências