Brasil passa a ter poder de veto ao elevar aporte ao FMI

Junto dos países que compõem o Bric – Rússia, Índia e China – Brasil passa a ter mais influência em programa complementar do Fundo

A decisão de aumentar de US$ 10 bilhões para US$ 14 bilhões o aporte do Brasil ao programa New Arrangement to Borrow (NAB) do Fundo Monetário Internacional (FMI) garante ao país o poder de veto a novos empréstimos. A decisão de ampliar o repasse foi anunciada nesta quarta-feira (25) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

O valor disponibilizado pelo Brasil fica à disposição do FMI e só sai das reservas internacionais se for solicitado. O aporte também dá aos países que formam o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) poder de veto nas decisões sobre a liberação de recursos dessa linha de crédito.

O NAB é um conjunto de reservas cuja finalidade é reforçar a capacidade financeira do FMI e complementar as cotas, instrumento primordial por meio do qual o Fundo financia suas operacões de empréstimos. Foi criado em 1998 e conta com 26 participantes.

De acordo com Mantega, os países do Bric terão, em conjunto, “um pouco mais de 15%” na participação nos créditos aportados no NAB. “E as decisões mais importantes só poderão ser tomadas com 85% dos votos, portanto, o Brasil, a Rússia, a Índia e a China passam a ter poder de veto no NAB”, afirmou.

“Por serem denominados em Direito Especial de Saque, os aportes ao FMI decorrentes da ativação do NAB favorecerão a diversificação monetária das reservas”, diz nota do Ministério.

A decisão foi tomada em reunião na véspera entre os membros do NAB. Conforme o texto, o Brasil alcançou os três objetivos na negociação: caráter temporário, aporte mediante aquisição de notas ou bônus e poder de influência real do país na reforma do NAB, sua governança e como as reservas serão utilizadas.

Na reunião da véspera em Washington, os participantes do NAB concordaram em expandi-lo em até 100 bilhões de dólares, para 600 bilhões de dólares, adicionar mais países contribuintes e tornar a concessão mais flexível.

Com informações da Reuters