BC reduz projeção para o crescimento da economia em 2011 de 3,5% para 2,5%

Ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, diz que redução é “adequação à realidade”

Brasília – O Banco Central (BC) reduziu a estimativa para o crescimento da economia este ano. A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, passou de 3,5% para 2,5%. A informação consta do Relatório de Inflação, divulgado hoje (28) pelo BC.

A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, disse que a redução é uma “adequação à realidade”. A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, reduziu de 3,5% para 2,5%. Segundo Ideli, o governo está trabalhando para enfrentar a crise econômica mundial e permitir que o Brasil cresça. “É claro que a situação da crise coloca condições de maior dificuldade, mas tudo tem sido feito. Não tem semana que não tenha anúncio, que não tenha iniciativa, que não tenha ação do governo, para fazer com que o crescimento se dê dentro das nossas potencialidades, das nossas possibilidades. Então, é trabalhar muito”, disse a ministra após participar de cerimônia de anúncio do Plano Safra 2012/2013 para a agricultura empresarial.

De acordo com o relatório do BC, “a nova estimativa incorpora os resultados do primeiro trimestre de 2012, dados preliminares referentes ao segundo trimestre, período em que a retomada da atividade vem ocorrendo de forma bastante gradual, e a atualização do cenário macroeconômico para a segunda metade do ano”.

Segundo o BC, o ritmo de crescimento, no primeiro trimestre deste ano foi “modesto”, mesmo com o “desempenho favorável do mercado de trabalho” e o consumo das famílias. A instituição destacou também “a contribuição negativa do setor agropecuário para o crescimento econômico nesse começo de 2012, influenciada por significativas quebras de safra nas culturas de soja, arroz e fumo”.

Para o Banco Central, a retomada da atividade econômica, que deve ser acentuada no segundo semestre, será favorecida pelos efeitos defasados e cumulativos das reduções da taxa básica de juros, a Selic, e pelo impacto das medidas recentes anunciadas pelo governo de estímulo à atividade industrial e ao consumo.

A estimativa divulgada hoje pelo BC é inferior à do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que ontem (27) disse esperar crescimento do PIB superior a 2,5% neste ano. Nessa quarta-feira, o ministro anunciou mais medidas de estímulo à economia. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Equipamentos tem medidas para agilizar as compras governamentais, dando preferência à aquisição de produtos da indústria nacional, e estimular, com isso, a economia interna. O governo também anunciou que a redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) de 6% para 5,5%.