Para bancário, número de assaltos cresce devido a redução das portas de segurança

São Paulo – O principal motivo do crescimento do número de assaltos a banco em 2011 foi o movimento de retirada das portas de segurança com detectores de metais das agências. […]

São Paulo – O principal motivo do crescimento do número de assaltos a banco em 2011 foi o movimento de retirada das portas de segurança com detectores de metais das agências. As 422 ocorrências registradas no ano passado representaram um aumento de 14,34% em relação ao ano anterior. Os números foram apresentados ontem (1º/3) pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), durante reunião da mesa temática sobre segurança bancária com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) , federações e sindicatos.

“Para a redução dos assaltos ocorrida a partir de 2000, foi fundamental a instalação das portas, que começaram a ser colocadas a partir do final dos anos 90”, observou o diretor de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.  “O crescimento dos assaltos pode estar ligado à retirada de portas giratórias por alguns bancos e à inauguração de novas unidades sem esse equipamento indispensável, que já virou símbolo de proteção da vida de trabalhadores e clientes.”

O diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Daniel Reis, afirmou que o levantamento da Secretaria de Segurança Pública já havia revelado o crescimento de 211 para 254 assaltos no Estado de São Paulo, sobretudo nas áreas nobres da capital paulista. Por isso, diz., em assembleias realizadas pelo Sindicato no dia anterior, os bancários aprovaram uma moção de repúdio aos bancos que estão retirando portas giratórias.

A Contraf-CUT entregou ainda uma carta à Febraban, em que manifesta preocupação com a medida de retirada da porta giratória. Os bancários criticaram ainda o baixo investimento dos dos bancos com medidas de segurança. Segundo pesquisa do Dieese, com base nos balanços de 2011 dos cinco maiores bancos, as despesas de segurança e vigilância somaram R$ 2,6 bilhões, o que representa uma média de apenas 5,2% do lucro líquido de R$ 50,7 bilhões. “Oferecer ambientes seguros e protegidos seria uma forma de contrapartida social”, defendeu Ademir.

Os recorrentes assaltos a caixas eletrônicos e a chamada saidinha de banco – cliente abordado após operações de saque – também foram questões levantadas pelos bancários. A Fenaban afirmou não poder se responsabilizar por ocorrências fora do horário de funcionamento e fora das dependências das agências.

Confira abaixo o número de assaltos a bancos registrados nos últimos anos:

2000 – 1.903
2001 – 1.302
2002 – 1.009
2003 – 885
2004 – 743
2005 – 585
2006 – 674
2007 – 529
2008 – 509
2009 – 430
2010 – 369
2011 – 422 

Informações divulgadas pela Contraf-CUT