Alto consumo interno de combustíveis contribui para déficit recorde da balança

Brasília – O aumento do consumo interno de combustíveis contribuiu para o resultado negativo da balança comercial de janeiro a abril: US$ 994 milhões. O resultado é o pior para o […]

Brasília – O aumento do consumo interno de combustíveis contribuiu para o resultado negativo da balança comercial de janeiro a abril: US$ 994 milhões. O resultado é o pior para o mês desde o início da série histórica, em 1959. Segundo a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, a demanda maior por petróleo e derivados resultou em queda das exportações e aumento das importações dos produtos.

No acumulado de 2013, a balança comercial registra déficit de US$ 6,15 bilhões, o maior resultado negativo da história para o primeiro quadrimestre.

No mês passado, o país exportou US$ 20,632 bilhões, valor recorde para o mês. As importações, no entanto, somaram US$ 21,626 bilhões, também o maior montante registrado em meses de abril. As exportações em abril, no entanto, só foram recordes porque o mês teve maior número de dias úteis do que em 2012.

Pelo critério da média diária, as vendas externas fecharam abril em US$ 937,8 milhões, queda de 4,1% em relação a abril do ano passado. A média diária das importações, no entanto, somou US$ 983 milhões, com crescimento de 5,2% na comparação com o mesmo mês de 2012 e valor recorde para o mês.

Além do crescimento do consumo de combustíveis, a manutenção de plataformas de petróleo, ressaltou a secretária, refletiu-se na queda da média diária das vendas externas nos quatro primeiros meses do ano. “Se forem excluídos o petróleo e os derivados, as exportações em 2013 ficariam em níveis superiores aos de 2012 pela média diária”, explicou.

Nos quatro primeiros meses do ano, o Brasil exportou US$ 71,468 bilhões, queda de 4,1% em relação aos US$ 74,646 bilhões registrados no mesmo período de 2012. Sem o petróleo e os derivados, no entanto, as vendas externas teriam crescido 2,8%, de US$ 63,299 bilhões no ano passado para US$ 65,077 bilhões em 2013.

A queda das exportações de petróleo e derivados também se refletiu nas operações com os principais parceiros comerciais. De janeiro a abril, as vendas do Brasil para os Estados Unidos caíram 20,2%, de US$ 9,06 bilhões para US$ 7,139 bilhões. De acordo com a secretária, se esses produtos forem excluídos da conta, a queda seria 3,3%.

Ao mesmo tempo em que reduziu as exportações, o aumento do consumo de combustíveis impulsionou as importações. Segundo o MDIC, a compra de combustíveis e lubrificantes do exterior cresceu 28,4% no primeiro quadrimestre em relação ao mesmo período do ano passado, saltando de US$ 11,379 bilhões para US$ 14,438 bilhões. Para a secretária de Comércio Exterior, os números mostram uma mudança de tendência em relação às compras externas.

“As importações de combustíveis e lubrificantes puxaram a alta das importações em 2013. Nos anos anteriores, a compra de automóveis do exterior estava liderando o crescimento”, declarou Tatiana Prazeres. Nos quatro primeiros meses do ano, as importações de automóveis caíram 21,6% em relação ao mesmo período de 2012, de US$ 3,335 bilhões para US$ 2,584 bilhões. Segundo o MDIC, México e Coreia do Sul foram os principais países que venderam menos carros para o Brasil.