Em janeiro

Alimentação e habitação pressionam, e IPCA-15 tem alta

Segundo o IBGE, preços de carnes, feijão, energia elétrica, aluguel e transporte, entre outros, tiveram impacto na inflação no primeiro mês de 2015. Variação foi de 0,89%. Em 12 meses, acumula 6,69%

Marcelo Camargo/ABr

Alimentos continuam pressionando: feijão teve alta de 24,25% e carnes, 3,24%; alimentação subiu 1,45% no mês

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), “prévia” da inflação oficial, fechou o primeiro mês do ano com variação de 0,89%, acima tanto de dezembro (0,79%) como de janeiro de 2014 (0,67%). Com isso, o índice acumulado em 12 meses sobe para 6,69%. Entre outros itens, os preços de carnes, feijão carioca, energia elétrica e aluguel residencial pressionaram a inflação.

Segundo o IBGE, que divulgou os resultados na manhã de hoje (23), apenas o item carnes, com alta de 3,24%, representou 0,09 ponto percentual no índice geral. Também aumentaram de preços, entre outros produtos, a batata-inglesa (32,86%) e o feijão carioca (24,25%), levando o grupo Alimentação e Bebidas a subir 1,45% no mês e ser responsável por 40% do IPCA-15 de janeiro (0,36 ponto percentual).

Com elevação de 2,6%, a energia elétrica foi o segundo maior impacto individual (0,08 ponto). “À exceção da região metropolitana de Fortaleza (-4,82%) e de Salvador (-1,91%), cujas contas tiveram queda na parcela referente ao PIS/Cofins, as demais apresentaram alta, com destaque para Porto Alegre, que chegou a 11,80% tendo em vista o reajuste de 22,41% em uma das concessionárias desde 8 de dezembro”, informa o IBGE. No grupo Habitação (alta de 1,23%), além de energia, também subiram os itens aluguel residencial (1,26%), mão de obra para pequenos reparos (0,95%), condomínio (0,81%) e taxa de água e esgoto (0,77%).

O terceiro maior impacto (0,07 ponto) foi dos ônibus urbanos, com alta de 2,85%. O IBGE apurou elevações nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro (4,67%),  Belo Horizonte (4,21%), São Paulo (4%), Salvador (2,31%) e Recife (1%). Todas reajustaram os preços das tarifas entre o final de dezembro e início de janeiro, lembra o IBGE.

Houve ainda aumento em tarifas dos ônibus intermunicipais (3,89%), com vários reajustes, no táxi (1,08%), conserto de automóvel (2,47%) e etanol (1,27%). Já as tarifas aéreas, que haviam subido 42,42% em dezembro, caíram 4,21%. Com isso, o grupo Transportes passou de 1,59%, no mês anterior, para 0,75%.

Em Despesas Pessoais (alta de 1,39%), o item empregado doméstico subiu 1,49%, além de serviços como cabeleireiro (1,54%) e manicure (1,82%). O instituto apurou ainda variação de 3,02% nos cigarros, “reflexo do reajuste praticado pelas indústrias”.

O maior índice regional foi registrado no Ri de Janeiro (1,35%), com pressão de alimentos (1,96%) e tarifas de ônibus urbano (4,67%). O menor foi o de Salvador (0,49%), onde os preços dos combustíveis caíram 1,56%, além da energia (-1,91%), pela redução no PIS/Cofins. O IPCA-15 variou 0,67% em Brasília, 0,85% em Belém, 0,72% em Belo Horizonte, 1,12% em Porto Alegre e 0,92% em São Paulo, entre outras regiões. No acumulado em 12 meses, o índice vai de 5,67% (Salvador) a 8,15% (Rio).

O IPCA-15 é calculado da mesma forma que o IPCA, mudando apenas o período de comparação e a abrangência. O primeiro tem preços coletados em meados de cada mês, e o segundo no mês cheio. Refere-se a famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos. O IPCA e o INPC deste mês serão divulgados em 6 de fevereiro. Considerado o índice oficial de inflação no país, o IPCA fechou dezembro com variação de 0,78%, acumulando alta de 6,41% em 2014, abaixo do teto da meta do governo, que é de 6,5%.

 

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