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Acordo de ‘lay-off’ e estabilidade suspende demissões na Caoa Chery em Jacareí

Contratos de trabalho devem ser suspensos durante cinco meses. Sindicato faz campanha para manter a fábrica no interior paulista

Roosevelt Cássio/SMSJC
Roosevelt Cássio/SMSJC
Protesto na Câmara de Jacareí: empresa ganha isenção de imposto, trabalhador desempregado precisa pagar

São Paulo – Acordo que inclui lay-off (suspensão dos contratos de trabalho) e estabilidade garante até janeiro de 2023 os empregos na fábrica da Caoa Chery em Jacareí (SP), segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região. De acordo com a entidade, a proposta foi aceita pela empresa e aprovada em assembleia nesta quarta-feira (11). Trabalhadores também fizeram manifestação na Câmara de Jacareí, para pedir ações do poder público.

O regime de lay-off começa em 1º de junho, com cinco meses de duração, diz o sindicato. Depois, haverá mais três meses de estabilidade. Assim, as possíveis 480 demissões, de um total de 627 funcionários, ficam suspensas. Os empregados mantêm salários integrais (parte com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador) e planos de saúde.

O passo seguinte é manter a fábrica em Jacareí. A montadora pretende importar modelos da China. A desativação da unidade do interior paulista foi anunciada na semana passada para, segundo informou a empresa, adaptar a linha para a produção de carros elétricos. “A campanha contra o fechamento da fábrica inclui, principalmente, pressionar os governos federal, estadual e municipal para que proíbam o fim das atividades na cidade”, afirma o Sindicato dos Metalúrgicos. Por isso, a entidade protocolou um projeto na Câmara Municipal e fala em perda de R$ 53 milhões de massa salarial no município do Vale do Paraíba.

Bem coletivo

“A suspensão das demissões foi uma grande vitória até agora e mostra o quanto é importante a luta dos trabalhadores. Agora vamos dar um novo passo e exigir a permanência da Caoa Chery em Jacareí. Os interesses dos patrões não podem ser colocados acima do bem coletivo”, afirmou o presidente do sindicato, Weller Gonçalves. Metalúrgicos ocuparam o plenário da Casa legislativa.

“Quando a montadora anuncia seu fechamento, ela passa a ter uma dívida não só com os trabalhadores, mas com a cidade, com a região e com o estado de São Paulo”, acrescentou o dirigente. “O trabalhador, quando fica desempregado, não tem isenção de IPTU, não tem isenção de pagar a água, pagar a luz. Ele tem que se virar e pagar os impostos. Por que essas empresas milionárias, multinacionais, vêm para cá, têm isenção e não pagam imposto?”, questionou.


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