vulnerabilidades nacionais

Tarifa zero para livre comércio seria o fim do Mercosul, afirma embaixador

Segundo Samuel Pinheiro Guimarães, globalização já mostra o lado negativo desde 2008

Gil Pereyra/Agência Câmara

Mercosul busca enfrentar as disparidades sociais e vulnerabilidade do ponto de vista política e militar

São Paulo – O embaixador Samuel Pinheiro Guimarães afirmou ontem (2) que a base da concepção do Mercosul é promover as empresas nacionais nas relações comerciais entre os países membros do bloco. Estipular “tarifa zero”– como defendem alguns críticos do bloco – seria o fim do Mercosul, disse o embaixador, durante o 15º Congresso Internacional do Fórum Universitário Mercosul. “A base do Mercosul é a preferência do capital nacional, se você elimina essa preferência, você elimina o Mercosul, só fica a casca.”

“Dizem que o Mercosul está mal porque não selou acordos de livre comércio, e como são esses acordos? Nada é comercial, a tarifa zera de modo que isso abertamente será favorável para as empresas que estão prontas para competir igualmente com multinacionais, e as estrangeiras podem exportar para os nossos países com tarifa zero, não vai sobrar muita coisa. Na área da regulamentação, eliminar todos os impedimentos das empresas multinacionais”, explica.

O embaixador destacou que a América do Sul disputa duas formas de integração econômica: ou por meio de um modelo em que se integrem à globalização, de modo a que as megaempresas multinacionais e o mercado contribuam com o desenvolvimento esses países; ou pelo Mercosul, que pretende a partir de uma preferência às empresas nacionais ou sul-americanas, promover o desenvolvimento econômico interno por meio de estímulos proporcionados pelos do Estados.

Guimarães observa que o Mercosul é alvo constante de ataques de setores da mídia adeptos da adesão aos interesses dos Estados Unidos. “Temos uma campanha que denigre a Argentina e o Mercosul. E coloca como ideal para nós a aliança do pacífico, que são os países que assinaram acordo de comércio e, hoje em dia, não têm instrumentos de política econômica para utilizar e promover o desenvolvimento, e ficam nas mãos do mercado.”

Ouça reportagem da Rádio Brasil Atual.