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Balança comercial deve ter superávit em 2015, prevê analista do Dieese

Para coordenador do instituto, queda do real em relação ao dólar torna produto brasileiro mais competitivo no mercado mundial

Marcos Santos/USP Imagens

Alta do dólar colabora para a competitividade de produtos brasileiros no mercado internacional

São Paulo – Após registrar em 2014 o primeiro déficit na balança comercial desde 2000, as previsões para 2015 são mais favoráveis, é o que afirma Airton Santos, coordenador de atendimento sindical do Dieese, em entrevista hoje (7) à Rádio Brasil Atual.

“Quando o real se valoriza frente ao dólar, os nossos produtos de exportação ficam mais caros e, ao contrário, os produtos importados ficam mais baratos. Isso traz problemas para o Brasil colocar os seus produtos, principalmente os industrializados, que contêm mais valor adicionado, no mercado internacional”, explica Airton.

Segundo o técnico, a desvalorização do real, registrada desde meados do segundo semestre de 2014, deve ampliar a competitividade das exportações brasileiras no curto prazo. “No longo prazo, principalmente a indústria de transformação precisa se tornar mais competitiva. Para isso, precisa aumentar a sua produtividade. Tornando-se mais competitiva, consegue produzir com custos menores e, com o câmbio favorável no longo prazo, devemos ter superávits comerciais mais robustos, o que é muito importante para a economia.”

O coordenador do Dieese afirma que, para que ocorra superávit na balança comercial, não é necessário reduzir as importações, – que cumprem importante papel nos áreas de equipamento e produtos químicos, por exemplo – e, sim, estimular as exportações.

Outro fator que pode contribuir para o incremento das exportações brasileiras é a recuperação da economia norte-americana, que deve demandar mais produtos: “Nossos principais parceiros estão com problemas. O crescimento dos Estados Unidos é fundamental para todo o mundo capitalista porque são grandes consumidores, e um dos principais parceiros comerciais do Brasil”, conclui Airton.

Ouça a entrevista completa da Rádio Brasil Atual:

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