Perdas

Precursor da TV e galã atemporal, ator Tarcísio Meira morre em consequência da covid

Conhecido por dezenas de trabalhos, ele tinha 85 anos e estava internado desde a semana passada. Sua mulher, Glória Menezes, continua no hospital

Reprodução/Montagem RBA
Reprodução/Montagem RBA
Ator estreou na Tupi em 1961, fez a primeira novela brasileira, na Excelsior, e protagonizou dezenas de trabalhos, muitos ao lado de sua mulher, Gloria Menezes

São Paulo – Precursor da televisão brasileira e sempre chamado de “galã”, o ator Tarcísio Meira morreu na manhã desta quinta-feira (12), aos 85 anos. Ele faria 86 em outubro. Foi mais uma vítima da covid-19. Estava internado desde a semana passada, junto com sua mulher, Glória Menezes, de 86, que segundo o hospital mostra recuperação. Completariam 60 anos de casados em 2022 – conheceram-se no teatro, durante um ensaio. O casal tem um filho, também chamado Tarcísio, que neste mês completa 57 anos. Os dois já haviam sido vacinados.

Paulistano, Tarcísio estreou na extinta TV Tupi, em 1961. Foi protagonista da primeira novela exibida no Brasil, 2-5499 Ocupado, na também extinta Excelsior, em 1963. Quatro anos depois, estreou na Globo, com Sangue e Areia, fazendo par justamente com Glória, gaúcha de Pelotas. Ele participou de mais de 60 programas, entre novelas e especiais, e atuou em mais de 20 filmes e 30 peças.

Outro trabalho bastante conhecido de Tarcísio foi a novela Irmãos Coragem, escrita por Janete Clair e exibida entre meados de 1970 e 1971. No elenco, além de Tarcísio e Glória, estavam Cláudio Cavalcanti, Cláudio Marzo, Regina Duarte, Zilka Salaberry e Emiliano Queiroz, entre outros. Logo em seguida, em 1972, foi protagonista do controverso filme Independência ou Morte, fazendo o papel de Dom Pedro I.

Ofício maltratado

“Tarcísio reinou absoluto por todos esses anos e encheu de sonhos o imaginário do nosso povo tão sofrido. Seu personagem mais icônico, João Coragem, vive eternamente na velha telefunken da Ilha do Governador, que eu guardei na memória. Com a partida daqueles que nos formaram e inspiraram, mais do que nunca é preciso resistir e manter acesa a chama de nosso ofício tão maltratado nos tempos que correm”, escreveu Miguel Falabella.

Ontem (10), a dramaturgia brasileira já havia perdido Paulo José. Contemporâneo de Tarcísio, tinha 84 anos e morreu em consequência de uma pneumonia.


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