Matt Damon é estrela da comédia ‘O Desinformante’

(Foto: Divulgação) São Paulo- Escândalos corporativos e crimes de colarinho branco andam em alta por conta da crise mundial. Nessa linha, aparece “O Desinformante!”, em que o diretor Steven Soderbergh […]

(Foto: Divulgação)

São Paulo- Escândalos corporativos e crimes de colarinho branco andam em alta por conta da crise mundial. Nessa linha, aparece “O Desinformante!”, em que o diretor Steven Soderbergh (“Che”, “Confissões de uma Garota de Programa”), parte de um livro do jornalista Kurt Eichenwald, do jornal The New York Times, para traçar o perfil de um personagem ambíguo, Mark Whitacre (Matt Damon, de ” O Ultimato Bourne”).

O filme entra em circuito nacional nesta sexta-feira (15).

Na vida real, Whitacre era vice-presidente do gigante do agronegócio Archer Daniels Midland e protagonizou um processo em meados dos anos 1990, relativo a sua denúncia contra os chefes, que tramavam um cartel internacional de controle de preços de matérias-primas, e seu próprio envolvimento com o desvio de cerca de 9 milhões de dólares. Foi um caso rumoroso, que terminou em multas milionárias para os donos da ADM e alguns anos de prisão para Whitacre.

O tom do filme é cínico, centrado no personagem do executivo, que logo se percebe ser mitômano, ao mesmo tempo que dono de uma irresistível lábia. Uma qualidade que lhe permitiu não ser desmascarado pelos chefes e ser levado a sério por agentes do FBI, que o convenceram a espionar a própria empresa, usando gravadores escondidos – sem imaginar o quanto seu informante não era totalmente confiável.

A ambiguidade do protagonista, que deveria ser o atrativo principal, torna-se, em mais de um momento, motivo de confusão. Ninguém percebe ao certo o que há realmente na cabeça de Whitacre, mesmo o público do filme – ainda que, ao contrário de seus colegas, superiores e agentes do FBI, os espectadores possam ouvir o que ele diz para si mesmo.

Um grande problema é que o filme é todo um samba de uma nota só. E a performance de Damon não oferece nuances suficientes para tirar o máximo de um personagem certamente muito rico em contradições.

Rodado em apenas 30 dias, em digital, o filme expõe uma certa pressa em dar conta de mais informações do que se dispõe a esclarecer. Resultado – um assunto não muito atraente, um ator no piloto automático e a sensação de que os produtores do filme divertiram-se bem mais do que a plateia.

Fonte: Reuters

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