'Breaking the wall'

Lula encontra Roger Waters, ex-Pink Floyd, no Planalto

Roger Waters, fundador da banda Pink Floyd, nunca escondeu seu ativismo. Em 2018, vaiado por bolsonaristas, cobrou justiça por Marielle

Ricardo Stuckert/PR
Ricardo Stuckert/PR
Durante sua passagem pelo Brasil em 2018, expôs no telão uma das perguntas mais relevantes para o país: 'Quem matou Marielle?'

São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encontrou hoje (23) o lendário músico britânico Roger Waters, fundador e compositor da banda de rock progressivo Pink Floyd. A reunião envolveu discussões sobre política e música. O encontro, no Planalto, reafirmou a importância do engajamento social de ambos, além de marcar a música como forma de expressão política.

O presidente Lula, reconhecendo a influência global de Roger Waters, destacou a relevância de artistas como ele em manterem sua consciência política e expressarem suas convicções. Em 2018, durante a corrida eleitoral, o músico fez uma série de shows no Brasil. Ele nunca escondeu sua posição. Democrata de esquerda, defende o povo palestino e sempre combateu a desigualdade e os reflexos mais nefastos do capitalismo.

Durante sua passagem pelo Brasil em 2018, expôs no telão uma das perguntas mais relevantes para o país: “Quem matou Marielle?” Por sua postura, recebeu uma série de vaias e aplausos. Em um cenário polarizado, seu show virou palco de conflitos entre os presentes.

Já durante a conversa de hoje, Lula ressaltou sua preocupação com a situação global. O brasileiro expressou descontentamento com o desperdício de recursos em armas, em vez de utilizar a capacidade tecnológica atual para erradicar a pobreza no mundo. Ambos concordam, há anos, com a busca da paz, algo que ganha corpo em tempos de conflitos, tanto entre Rússia e Ucrânia, como no massacre israelense na Palestina.

Vocação e amizade

Roger Waters, então, compartilhou seus sonhos e aspirações. Ele afirmou que sua mensagem é voltada para o público sobre a importância de tornar a Declaração Universal dos Direitos Humanos, criada em Paris em 1948, uma lei global. Ele expressou seu desejo de ver os princípios contidos na declaração aplicados em todo o mundo.

Em consonância, Lula vem articulando por uma governança global mais moderna e efetiva. Então, teríamos uma reforma no Conselho de Segurança da ONU. A ideia é de retirar super-poderes de países específicos, como o dos EUA, de veto sobre resoluções. Além disso, ampliar poderes de decisões colegiadas.

Solidariedade de Roger Waters

O encontro entre o presidente brasileiro e o lendário músico britânico também trouxe à tona uma história de solidariedade. Durante sua turnê no Brasil em 2018, Waters tentou visitar o ex-presidente que estava cumprindo pena em Curitiba, após prisão ilegal decretada pelo então juiz, o bolsonarista Sergio Moro. No entanto, naquela época, sua visita foi impedida. Hoje, cinco anos após o episódio, eles finalmente conseguiram se encontrar e trocar ideias sobre questões que lhes são caras.

Roger Waters está atualmente em terras brasileiras para uma série de shows que vai passar por várias cidades do país, incluindo Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba. Os shows do músico britânico são conhecidos por suas produções grandiosas e mensagens políticas impactantes, que muitas vezes abordam temas como direitos humanos e igualdade.

A reunião entre o presidente Lula e Roger Waters no Palácio do Planalto destaca a importância da música e da política como formas de conscientização e expressão, além de enfatizar o desejo de ambos de ver um mundo mais justo e igualitário. Enquanto Roger Waters continua sua turnê pelo Brasil, suas mensagens sobre direitos humanos e justiça social certamente ecoarão nos corações e mentes daqueles que o acompanham.