George Clooney é executivo cruel em ‘Amor sem Escalas’

(Foto: Divulgação) São Paulo – O cineasta Jason Reitman salta da adolescência, que retratou tão bem na comédia “Juno”, sua primeira indicação ao Oscar de direção, para a idade adulta […]

(Foto: Divulgação)

São Paulo – O cineasta Jason Reitman salta da adolescência, que retratou tão bem na comédia “Juno”, sua primeira indicação ao Oscar de direção, para a idade adulta no drama “Amor sem Escalas”, que entra em circuito nacional nesta sexta-feira (22).

O filme recebeu no último dia 17 um Globo de Ouro de melhor roteiro, adaptado por Reitman e Sheldon Turner a partir de livro de Walter Kim. Além disso, Reitman recebeu uma indicação ao prêmio do Sindicato dos Diretores da América, o que representa uma forte tendência de que será novamente indicado ao Oscar da categoria este ano. As indicações do Oscar serão divulgadas em 2 de fevereiro.

Embora tenha diversos momentos divertidos, “Amor sem Escalas” aborda temas polêmicos e bem contemporâneos do mundo do trabalho.

George Clooney (de “Queime Depois de Ler”) interpreta Ryan Bingham, um executivo que não sai do avião, ganhando um bom salário e acumulando milhares de milhas fazendo um trabalho sujo e antipático – é contratado por diretores de empresas que estão realizando demissões em massa para dar a triste notícia aos ex-empregados. E, de quebra, tentar convencê-los de que perder o emprego pode ter um lado positivo.

Bingham vive tão longe do chão que perdeu quase completamente o contato com a própria sensibilidade. Já não se abala com a crueldade de seu trabalho. Aliás, também não é capaz de manter qualquer ligação emocional com ninguém, nem com sua própria família. Suas irmãs mal conseguem conversar com ele ao telefone.

Três situações forçam-no a encarar as coisas de que ele foge. As duas irmãs o procuram porque uma delas vai se casar. Ele conhece uma bela executiva, Alex (Vera Farmiga, de “Os Infiltrados”), que é exatamente igual a ele em tudo, por isso, torna-se fácil um envolvimento. A terceira é a chegada de uma nova executiva, jovenzinha e carreirista, que pretende revolucionar os métodos em sua própria empresa, Natalie Keener (Anna Kendrick). A moça simplesmente quer tornar o trabalho deles mais impessoal ainda, demitindo as pessoas via Internet.

Abalado pelo assédio feminino em vários níveis, Ryan sente-se fragilizado. No fundo, talvez nada do que ele pensou ou fez até agora se sustente mais. O melhor aspecto desta balançada afetiva do protagonista é que o roteiro não lhe oferece uma redenção fácil, muito menos uma jornada de autoflagelação.

Os personagens delineados no filme são bem próximos da realidade. Nesse aspecto é que a história mais se afasta dos clichês da comédia romântica. Quem for vê-lo esperando aquele final feliz açucarado vai se decepcionar. “Amor sem Escalas” exige um pouco mais de seu espectador, mas também entrega mais ao final da sessão.

Fonte: Reuters

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