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Ex-vedetes contam suas histórias em filme que estreia no CCBB

'Mamãe, Quero Ser Vedete', de Neyde Veneziano, será lançado no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo, com sessões nos dias 15 e 22 deste mês

Divulgação

De freira a vedete – Esther Tarcitano relembra como renunciou à vida religiosa para se dedicar ao sapateado

Em uma época em que lugar de mulher não era onde ela quisesse, algumas brasileiras se tornaram célebres transgredindo normas sociais e brilhando nos teatros, cinemas, programas de rádio e nas revistas. O documentário Mamãe, Quero Ser Vedete, que será lançado no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-SP) na segunda-feira (15) e no próximo dia 22, apresenta histórias sobre as grandes vedetes do Brasil, mulheres que fizeram enorme sucesso do final do século 19 até os anos 1960.

O filme é de Neyde Veneziano, uma diretora de teatro, pesquisadora sobre o Teatro de Revista e autora de cinco livros sobre o tema, um deles As Grandes Vedetes do Brasil, no qual o documentário se baseia.

Trata-se de um média-metragem com 50 minutos de duração que traz as últimas entrevistas com as vedetes Virgínia Lane, Marly Marley e Esther Tarcitano, além de depoimentos da atriz e dançarina Cláudia Raia e do autor, diretor e roteirista Sílvio de Abreu.

Neyde traça um panorama da intimidade pessoal e profissional das grandes divas do Teatro de Revista, ícones que, por um lado, representavam o ideal de beleza da mulher brasileira e, por outro, transgrediam muitos limites impostos pela sociedade naquela época.

“O que eu queria era rebolar a bunda. O que eu queria era carnaval. O que eu queria era o Teatro Recreio. O que eu queria era a Praça Tiradentes”, diz a ex-vedete Virgínia Lane, morta em 2014 aos 93 anos. Ela é um exemplo claro de como essas mulheres enfrentaram uma sociedade extremamente conservadora (também) no quesito gênero. Na década de 1930, aos 15 anos, ela estreou como corista no Cassino da Urca, no Rio de Janeiro.

De freira a vedete, Esther Tarcitano relembra como renunciou à vida religiosa para se dedicar ao sapateado e à arte. Apesar de elas trazerem histórias divertidas e emocionantes, o gosto amargo do esquecimento e do ostracismo também faz parte do primeiro trabalho de Neyde Veneziano para o cinema.

No teatro

Até dia 7 de outubro fica em cartaz no teatro do CCBB-SP, o espetáculo As Luzes do Ocaso, dirigido por Neyde, sobre uma ex-vedete que vive isolada em um casarão, só com seus delírios e lembranças. Ao contrário do documentário Mamãe, Quero Ser Vedete, a peça encenada todas as quartas, quintas e sextas-feiras, às 20h, é fictícia.

Mamãe, quero ser Vedete – Teaser from Lokomotiv Studio on Vimeo.

 

Estreia – Mamãe, Quero Ser Vedete, de Neyde Veneziano
Quando:
dias 15 e 22 de agosto, às 19h30
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Álvares Penteado, 112, Centro, São Paulo (SP)
Quanto: R$ 5 (meia) e R$ 10 (inteira)

As Luzes do Ocaso, de Neyde Veneziano
Quando:
Quartas, quintas e sextas-feiras, às 20h, até 7 de outubro
Onde: no teatro doCentro Cultural Banco do Brasil
Rua Álvares Penteado, 112, Centro, São Paulo (SP)
Quanto: R$ 10 (meia) e R$ 20 (inteira)