Colin Farrell vive pescador no drama romântico ‘Ondine’

Colin Farrell em coletiva de imprensa pelo filme “Ondine” no Festival Internacional de Cinema em Toronto, em 2009 (Foto: Mario Anzuoni/Reuters) São Paulo – Diretor conhecido por trabalhos densos e […]

Colin Farrell em coletiva de imprensa pelo filme “Ondine” no Festival Internacional de Cinema em Toronto, em 2009 (Foto: Mario Anzuoni/Reuters)

São Paulo – Diretor conhecido por trabalhos densos e uma nítida preferência por personagens fora do padrão – como no famoso “Traídos pelo Desejo” (92) e no recente “Café da Manhã em Plutão” (2005) -, o irlandês Neil Jordan entrega mais uma história neste formato em “Ondine”, que estreia em circuito nacional.

Contando com performance sutil e inspirada do compatriota Colin Farrell (“Na Mira do Chefe”), Jordan desenvolve, em roteiro próprio, a história de um pescador solitário, Syracuse, num recanto litorâneo da Irlanda.

Apelidado de “Circus” – uma ironia com o som de seu nome exótico e também por ter sido palhaço de circo -, ele vive isolado, depois que abandonou o alcoolismo, já que a mulher (Derva Kirwan) não quer por nada abandonar o copo. Nem por isso a mãe perde a guarda da filha de ambos, a adorável Annie (Alison Barry), que tem um sério problema renal e está à espera de um transplante. Syracuse passa seus dias no barco, pescando sem grande sorte.

Até que um dia sua rede colhe uma criatura inusitada – uma jovem mulher (a atriz e cantora polonesa Alicjia Bachleda). Quase afogada, ela é salva por ele e abrigada na antiga casa de sua mãe. Não gosta muito de falar do passado. Apenas diz chamar-se Ondine. O pescador cuida de Ondine de modo quase paternal, mas é visível que a beleza da moça o encanta. O coração dele está recuperando a paixão, detalhe que não escapa à pequena Annie – que vem espionar o que se passa na casa do pai.

Um detalhe curioso é o toque de fantasia acrescentado à maneira como Ondine surgiu na vida de Syracuse – o que, de pronto, incendeia a imaginação de Annie, convencida de que ela é uma “selkie”, uma espécie de sereia.

Até Syracuse fica intrigado com o fato de que, quando leva Ondine no barco, contrariando velhas superstições de pescadores sobre o azar trazido por mulheres a bordo, tem mais sorte na pesca do que nunca. Tudo corre bem mas, como até nos contos de fada, há um lado sombrio a resgatar, envolvendo Ondine, um homem misterioso que aparece na cidadezinha e a mãe de Annie.

Fica bem claro que, se não é o melhor filme de Jordan, certamente o cineasta mantém inalterada a leveza com que consegue manejar um material tão cheio de detalhes estranhos.

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

(Fonte: Reuters)

© Thomson Reuters 2010. All rights reserved.