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Mostra exibe cinema canadense em São Paulo

Festival Tão Longe, Tão Perto – O Cinema Canadense apresenta clássicos e produções recentes com temática de gênero e sexualidade, choque cultural e de gerações, religião e diversidade

C.R.A.Z.Y., de Jean-Marc Valée, tem uma das melhores trilhas sonoras do rock, com muito David Bowie

Os 15 filmes a serem exibidos na mostra Tão Longe, Tão Perto – O Cinema Canadense, marcam diferentes épocas fazem uma imersão em temáticas diferentes, com aboradgens sobre direitos civis, relações humanas e crítica social e ao preconceito. A mostra começa nesta quarta-feira (16) e fica em cartaz até 4 de maio no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo.

Segundo o curador Marcos Ribeiro de Moraes, o festival reúne filmes independentes e de autor que apresentam referências culturais e artísticas do Canadá que, de alguma forma, travam um diálogo com a cinematografia brasileira. “Embora muito distintos – ‘longe’ – geograficamente, em termos de história, de ocupação econômica, de características climáticas, Canadá e Brasil têm em comum a convivência cotidiana com a diversidade étnica e cultural, o que acaba por torná-los relativamente próximos, ‘perto’ um do outro”, afirma Moraes.

As exibições, feitas em 35 mm e em digital, serão de quarta a domingo com sessões às 16h30 e às 19h. Na Companhia de Estranhos, de Cynthia Scott, abre a programação nesta quarta. Na sequência, será exibido Waydowntown, de Gary Burns, ainda inédito no Brasil. O longa metragem lançado em 2000 se passa em Calgary, na província de Alberta, e faz uma crítica sarcástica sobre a cultura corporativa canadense a partir das relações que se passam dentro dos prédios comerciais conectados por corredores suspensos.

Clássicos e recentes

Entre as obras selecionadas está Incêndios, do diretor Denis Villeneuve, que concorreu ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2011. Conta a história dos irmãos gêmeos Jeanne e Simon, que acabaram de perder a mãe e descobrem, a partir do testamento, que têm outro irmão, o pai vivo e uma forte ligação com a Palestina.

Jean-Marc Valée levou três estatuetas no Oscar 2013 com o drama Clube de Compras Dallas. Seu filme C.R.A.Z.Y – Loucos de Amor, de 2005, será exibido nos dias 19 e 30 de abril. O longa, que tem uma das melhores trilhas sonoras do rock’n’roll, trata sobre os conflitos de identidade sexual de Zachary Beaulieu, nascido no dia 25 de dezembro no seio de uma família católica do Quebec da década de 1970.

Garoto prodígio do cinema franco-canadense, o diretor Xavier Dolan participa do festival com seu primeiro filme Eu Matei Minha Mãe, feito em 2009, quando ele ainda tinha 17 anos. Esta é, aliás, a mesma idade de seu protagonista Hubert, adolescente que está no auge da fase das descobertas artísticas, sensoriais e sexuais e tem sérios problemas de relacionamento com a mãe. Sempre com temática homoafetiva, Dolan lançou desde então outros três longas: Amores Imaginários, Lawrence Anyways e Tom na Fazenda, que foi exibido na 37ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Direto dos anos 1980 e início de 1990, voltam às telas os clássicosJesus de Montreal, do quebequense Denys Arcand (de O Declínio do Império Americano e Invasões Bárbaras), Ouvi as Sereias Cantando, de Patricia Rozema, Na Companhia de Estranhos, de Cynthia Scott, e Leolo, de Jean-Claude Lauzon. Estes filmes representam o cinema de resistência cultural franco-canadense produzidos na província de Quebec, onde o país nasceu sob colonização francesa. Estas obras imprimem a identidade quebequense e seus conflitos, seja com relação a dominação inglesa, com as culturas emigradas e outros “embates” sociais.

Também serão exibidos Cosmópolis (de David Cronenberg), O que Traz Boas Novas (de Philippe Falardeau), Os Dois Lados da Felicidade (de Mina Shum), Paciente Zero (de John Greyson), A Última Noite (de Don McKellar), Entre o Amor e a Paixão (de Sarah Polley) e O Vendedor (de Sébastien Pilote).

A intenção do festival Tão Longe, Tão Perto é ampliar a imagem que os brasileiros têm do Canadá e, especialmente, de sua produção cinematográfica. “Buscamos por intermédio do cinema um recorte específico da produção cinematográfica canadense. Feito Wenders em Tão Longe, Tão Perto, queremos a aproximação em contraste ao distanciamento. Aproximação que resulta em estranhamento e identificação, em conhecimento e reconhecimento”, diz o curador da mostra Marcos Ribeiro de Moraes.

No dia 26 de abril será realizado um debate entre Moraes e André Sturm, distribuidor, exibidor e diretor do Museu da Imagem e do Som de São Paulo. As 70 senhas disponíveis serão distribuídas por ordem de chegada.

Confira a programação completa no site do Centro Cultural Banco do Brasil.

Mostra Tão Longe, Tão Perto – O Cinema Canadense
Quando: de 16 de abril a 4 de maio 
Onde: no Cinema do CCBB-SP – Rua Álvares Penteado, 112, Centro, São Paulo (SP)
Quanto: entre R$ 2,00 (meia/exibição em DVD) e R$ 4 (inteira)
Programação e horários: no site do Centro Cultural Banco do Brasil
Lotação: 70 pessoas
Informações: (11) 3113-3651/3652

Vídeo de apresentação da mostra Tão Longe, Tão Perto – O Cinema Canadense