Trabalhadores protestam contra problemas no transporte público de SP

São Paulo – Um ato organizado pela CUT de São Paulo reuniu em torno de 2 mil pessoas hoje (29) na região central da cidade para protestar contra as condições […]

São Paulo – Um ato organizado pela CUT de São Paulo reuniu em torno de 2 mil pessoas hoje (29) na região central da cidade para protestar contra as condições do transporte público. Os manifestantes entregaram à Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos uma carta pedindo a elaboração de um novo projeto de mobilidade urbana na maior cidade do país, que passou a sofrer com trânsito mais intenso e panes frequentes no metrô, outrora o meio de deslocamento preferido da população. 

“Não houve prioridade, não houve planejamento, não houve vontade do governo do estado de São Paulo em investir no transporte público. E aí dizer que porque as pessoas estão trabalhando precisam tomar mais ônibus e mais metrô é irresponsabilidade”, afirmou Adi dos Santos Lima, presidente da CUT paulista. Ele considera que a atual situação do transporte prejudica os trabalhadores, que são obrigados a sair de casa cada vez mais cedo e correm o risco de atrasos que prejudicam a carreira. 

Ouça a reportagem da Rádio Brasil Atual:

Segundo a central, só no metrô o governo de São Paulo deixou de investir quase a metade dos R$ 22,85 bilhões previstos nos últimos anos. De 2007 até maio de 2012, teriam sido 99 panes, somadas a 124 falhas nos trens metropolitanos de 2010 até maio. Os cálculos apresentados durante o ato dão conta de que o ritmo de construção anual de trilhos subterrâneos é de dois quilômetros, insuficiente para dar conta de uma rede que transporta quatro milhões de pessoas ao dia. 

“Aprovamos muitos recursos para o governo do estado de São Paulo, mas o projeto não sai do papel. E quando sai do papel, a obra não é executada. O problema em São Paulo não é falta de recursos”, afirmou o deputado estadual Luiz Claudio Marcolino, que lembrou que esta semana a Assembleia Legislativa aprovou um plano de investimentos para mobilidade urbana de R$ 8 bilhões.  

O aumento de 5% nos pedágios paulistas, programado para domingo, e a falta de ciclovias na capital também foram temas abordados pelos manifestantes. Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, ressaltou que o atual modelo não leva em conta a criação de oportunidades que favoreçam a desconcentração dos deslocamentos. “O problema da mobilidade é uma questão de políticas públicas. Não só investimento, mas negociações, estratégia regional. Não dá para São Paulo ter 35% da população morando na zona leste e trabalhando fora de lá.”