operação falso profeta

Pastor bolsonarista acusado de golpe contra mais de 50 mil vítimas tem pedido de prisão preventiva

O grupo liderado pelo pastor Osório José Lopes é suspeito de prometer muito dinheiro àqueles que fizessem investimentos de apenas R$ 25. A polícia do DF considera que o golpe pode ser um dos maiores já investigados no país

Reprodução/YouTube
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Pastor Osório José Lopes em ação no YouTube

São Paulo – O pastor bolsonarista Osório José Lopes Júnior, que usava o nome do ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) Paulo Guedes para chancelar golpes, é um dos alvos de mandados de prisão preventiva na operação Falso Profeta. Deflagrada nesta quarta-feira (20) pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), a ação ocorre no âmbito da apuração de pastores evangélicos suspeitos de aplicar golpe financeiro em mais de 50 mil vítimas. Ao todo são dois mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão contra a organização que teria lesado financeiramente milhares de pessoas em diversos estados e até no exterior. Além do DF, houve ações em Goiás, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

Deficiente visual, o pastor goiano não foi encontrado e é considerado foragido. Ele seria o líder de 11 pastores que, conforme as investigações, usavam as redes sociais para submeter fieis que frequentavam igrejas a uma teoria conspiratória conhecida como “Nesara Gesara”. O objetivo era induzi-los a acreditar que eram “abençoados a receberem grandes quantias”. Ou seja, os pastores suspeitos prometiam muito dinheiro para aqueles que fizessem investimentos. Chegavam ao ponto de falar em devolução de R$ 1 octilhão ( R$ 1 seguido de 27 zeros) para aqueles que investissem apenas R$ 25.

Os investigados firmavam contratos com as vítimas, com promessas de liberação de altas quantias provenientes dos inexistentes títulos de investimento que estariam registrados no Banco Central (BC) e no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Pastor Osório lidera 200 pastores na rede criminosa, segundo a polícia

Segundo a polícia, que investiga o caso há quase um ano, há suspeitas de que a rede contava com cerca de 200 integrantes, que se declaravam “pastores”. A rede criminosa, bem organizada, tinha estrutura ordenada e divisão de tarefas. A especialidade eram crimes como falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e estelionatos por meio de redes sociais.

Os alvos poderão responder, a depender de sua participação no esquema, pelo cometimento dos delitos de estelionato, falsificação de documentos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, crimes contra a ordem tributária e organização criminosa.

A polícia considera que o golpe pode ser um dos maiores já investigados no Brasil. Isso porque, nos últimos cinco anos, houve movimentação superior a R$ 156 milhões. Além disso, foram identificadas cerca de 40 empresas “fantasmas” e de fachada, e mais de 800 contas bancárias suspeitas.

Em dezembro, a Polícia Civil do DF prendeu, em Brasília, um suspeito de envolvimento no esquema. A prisão ocorreu após o uso de documento falso em uma agência bancária na Asa Sul, simulando possuir um crédito de aproximadamente R$ 17 bilhões.

Redação: Cida de Oliveira, com Metrópoles