MP-SP pede afastamento do presidente do Metrô por omissão diante de fraudes

A integração da Linha 5-Lilás com a Linha 1-Azul e com a linha 2-Verde está prevista para 2015(Foto: ©Anderson/ Wikipedia) São Paulo – Quatro promotores de Justiça ajuizaram uma ação […]

A integração da Linha 5-Lilás com a Linha 1-Azul e com a linha 2-Verde está prevista para 2015(Foto: ©Anderson/ Wikipedia)

São Paulo – Quatro promotores de Justiça ajuizaram uma ação pedindo o afastamento do presidente do Metrô, Sérgio Henrique Passos Avelleda, por considerar que há envolvimento em fraudes e favorecimento de empresas e consórcios. A informação foi publicada na quinta-feira (3), mas os detalhes foram divulgados apenas nesta sexta-feira (4). As licitações questionadas são de obras de ampliação da linha 5-Lilás, que liga Capão Redondo e Largo 13, que chegaria à Chácara Klabin – todas estações na zona sul da capital paulista.

Segundo o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), Avelleda foi omisso no caso. Além do afastamento, a ação pede a anulação dos contratos, firmados em abril deste ano – depois de ter sido suspensa em outubro de 2010 por suspeita de irregularidades. As sete propostas vencedoras do leilão somam R$ 4 bilhões, mas os promotores acreditam que houve prejuízos ao erário público da ordem de R$ 326 milhões em função de uma regra do edital que impedia que um mesmo consórcio vencesse mais de um lote das obras.

Embora a regra não seja ilegal, dizem os promotores, ela facilitou o “conluio” entre empresas vencedoras. O resultado era conhecido meses antes da realização do leilão, e chegou a ser registrado em cartório por um jornal da capital paulista que teve acesso ao acordo prévio – este sim vedado por lei.

Em nota, a Procuradoria-Geral do Estado nega irregularidades “que justifiquem, ou mesmo embasem, a anulação da concorrência em questão”. O órgão alega que esse tipo de questionamento produz incertezas jurídicas, que podem acarretar em “pagamento de indenização (pelo estado) por descumprimento do contrato sem motivo comprovado, trazendo enorme passivo aos cofres públicos”.

No mesmo comunicado, a Procuradoria também afirma que Avelleda é inocente, porque a decisão contestada, de validar o resultado do processo de licitação, teria sido da diretoria colegiada do Metrô, e não exclusivamente de seu presidente.

Atrás de México, Santigo e Buenos Aires

O metrô paulistano é tido como um dos mais modernos do mundo, mas o serviço poderia ser melhor se não fosse a lentidão com o que o governo do estado investe no sistema, que começou a operar nos anos 1970 e possui 70 quilômetros de extensão divididos em cinco linhas. A média diária de passageiros é de 3,4 milhões – a cidade tem quase 12 milhões de habitantes e é o centro de uma Região Metropolitana com 20 milhões de pessoas.

A Cidade do México, centro de um conglomerado urbano com o mesmo número de habitantes, começou seu sistema metroviário na mesma época que o de São Paulo e já chegou a 202 quilômetros em suas 11 linhas.

A Grande Santiago, no entorno na capital do Chile, também inaugurou sua primeira linha em meados dos anos 1970. Com 6,6 milhões de habitantes, a cidade é servida por 105 quilômetros e cinco linhas de metrô, e deve chegar a 120 quilômetros em 2014.

Buenos Aires, na Argentina, começou a construir suas linhas subterrâneas no início do século 20. Hoje conta com 56 quilômetros em seis linhas, para uma população de 3 milhões de pessoas.

Com informações da Agência Brasil