Acordo

Metroviários de São Paulo aceitam proposta e cancelam greve, mas reivindicam contratações

Greve ocorreria amanhã. Reajuste de 4,52% foi mantido, mas sindicato vai insistir na contratação de funcionários, apontando déficit de pelo menos 2 mil vagas

Rovena Rosa/Agência Brasil
Rovena Rosa/Agência Brasil

São Paulo – Em assembleia na noite desta segunda-feira (12), os metroviários de São Paulo decidiram aceitar proposta atualizada hoje e cancelar a greve programada para amanhã. Com data-base em 1º de maio, a categoria estava em campanha salarial. Mas a principal reivindicação continua sendo a contratação de funcionários.

Foram 2.325 votos favoráveis ao acordo e 769 contrários. Houve ainda 59 abstenções, segundo o resultado divulgado pouco depois das 21h40.

A Companhia do Metropolitano (Metrô) propôs reajuste de 4,52%, índice correspondente à variação do IPC-Fipe em 12 meses. A empresa, por sinal, já pagou o salário de maio com essa correção, que vale também para o vale-refeição. Já o vale-alimentação terá aumento de 38,9%, para R$ 649,36.

Além disso, o step de 2022 será pago em julho próximo, enquanto o de 2023 deverá ter o pagamento em março do ano que vem. Esse item refere-se a progressão de carreira.

Reposição de vagas

Sobre a reivindicação de contratações, o Metrô “assume o compromisso” de reiterar ao governo a contratação de 115 agentes de segurança, já aprovados em concurso, em 2019. E vai pedir a abertura de concurso público para repor vagas, além discutir plano de carreira. Os metroviários afirmam que a empresa tem 30% de pessoal a menos do que há 30 anos, mas transporta três vezes mais passageiros. E estimam em pelo menos 2 mil o déficit de funcionários na companhia.

Em relação à participação nos resultados (PR), a presidenta do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, identificou certo avanço. “Não transforma a PR em igualitária, mas dá um passo nesse sentido”, comentou na assembleia. Assim, o montante referente aos 5.859 empregados operativos (operação, manutenção e outros setores) corresponderia a uma folha de pagamento mais R$ 3,5 milhões (valor que está sendo tirado da gratificação de função e tempo de serviço dos cargos de chefia). A folha e a quantia, somadas, seriam divididos entre os 5.859 funcionários, mas o valor individual a ser pago depende do cumprimento de metas.

Novamente, a exemplo do que ocorreu em março, o Sindicato dos Metroviários propôs liberar as catracas para aos passageiros em caso de greve. “No entanto, o governador parece não estar preocupado com quem pega o metrô lotado todo dia e sente na pele a falta de funcionários”, afirma a entidade. Segundo Camila, a categoria vai continuar se mobilizando contra as investidas de privatização da empresa.