Mais famílias são desalojadas no centro de São Paulo sem alternativas de moradia

São Paulo – Mais 128 famílias que ocupavam imóvel desativado no centro da capital paulista foram desalojadas nesta quinta-feira (9), sem garantias de moradia. Outras 200 famílias estão acampadas na […]

São Paulo – Mais 128 famílias que ocupavam imóvel desativado no centro da capital paulista foram desalojadas nesta quinta-feira (9), sem garantias de moradia. Outras 200 famílias estão acampadas na avenida São João há oito dias, desde que deixaram o prédio que ocupavam na avenida Ipiranga.  A desocupação desta quinta ocorreu por força de ordem judicial de reintegração de posse em hotel desativado na esquina das ruas Conselheiro Nébias e Vitória.

De acordo com a Frente de Luta por Moradia (FLM), o destino das famílias é incerto. “Das 128 famílias, 75 não têm casa de parente ou outra opção de local para ir. A Secretaria de Habitação comprometeu-se em cadastrar as famílias em programas habitacionais, mas o simples cadastro não garante o destino destas 75 famílias”, informa o movimento, em seu site. De acordo com informações da Agência Brasil, a Prefeitura distribuiu 105 senhas para desalojados passarem por cadastramento da prefeitura.

Segundo Carmem da Silva Ferreira, da coordenação da FLM, o cadastramento é demorado e a opção oferecida pela prefeitura separa as famílias. “A prefeitura propôs a essas famílias que fossem para abrigos, mas nossas famílias não têm perfil para abrigos porque esses locais separam a família. Se a prefeitura nos oferecesse um local que agregasse a todos, aceitaríamos”, disse.

É o caso da desempregada Fabiana Borges dos Santos. Ela que trabalhava como ajudante de cozinha disse que ocupava o prédio por não ter condições de pagar um aluguel. “Eu não tinha onde morar, conheci o movimento e vim para cá. Como não tenho para onde ir, vou para a calçada, possivelmente para o acampamento da avenida São João”. Fabiana disse esperar que a prefeitura auxilie sua família.

Maria de Fátima Sales Simões, de 48 anos, está entre as 200 famílias acampadas na avenida São João, também no centro de São Paulo, há mais de uma semana. É enfermeira e está desempregada. Ela está no acampamento com o seu filho, de 23 anos, que tem problemas psiquiátricos. “Eu vim para cá porque realmente não tenho para onde ir. Não posso trabalhar porque ele precisa de cuidados e não pode ficar sozinho”. Maria de Fátima disse ter expectativa de que as autoridades atendam as famílias acampadas. “A vida aqui tem sido muito difícil porque estamos expostos a tudo. Ficamos muito vulneráveis aqui.”

A Secretaria Municipal de Habitação informou, por meio de nota, que as famílias acampadas na avenida São João, podem ir, se assim desejarem, para um abrigo municipal. Declara ainda que foi feita uma listagem para posterior cadastramento e inclusão nos programas habitacionais. “A Justiça entendeu que a prefeitura tem obrigação de conceder abrigo às famílias e incluí-las nos programas habitacionais, mas que é preciso respeitar a ordem de atendimento habitacional, cujos critérios foram aprovados pelo Conselho Municipal de Habitação.”

Com informações da Agência Brasil

 

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