Fiscalização e tecnologia são saídas para corrupção policial no RJ, diz comandante da UPP de Cidade de Deus

São Paulo – A corrupção policial é um problema social que precisa ser combatido, segundo o comandante da maior Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Rio de Janeiro. Para o […]

São Paulo – A corrupção policial é um problema social que precisa ser combatido, segundo o comandante da maior Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Rio de Janeiro. Para o capitão da Polícia Militar José Luiz de Medeiros, a questão pode ser enfrentada com transparência e fiscalização, o que pode contar com apoio de novas tecnologias.

“Com transparência e fiscalização, o controle e o uso da tecnologia poderão fazer com que os cidadãos não tenham mais a percepção superdimensionada da corrupção. Não são todos corruptos”, disse Medeiros ao Sul21.

Ele relatou dificuldades e desafios de se pacificar a Cidade de Deus, comunidade que se tornou famosa a partir do livro do escritor Paulo Lins e do filme homônimo de Fernando Meirelles. Localizada no zona oeste do Rio de Janeiro e com mais 120 mil habitantes, a comunidade por muito tempo conviveu com a a presença ostensiva do crime organizado. “A sensação de impunidade levava à inversão de valores, em que o errado era visto como certo e o crime era praticado de forma ostensiva, e a cada dia que passava, ele arrastava mais pessoas”, relembra o comandante.

Medeiros conta que comanda a UPP com devida atenção aos policiais envolvidos, já que, como cidadãos, muitas vezes oriundos das mesmas comunidades, eles também estão suscetíveis àqueles problemas. Ele diz ter esperança de que os novos policiais não sejam envolvidos com os esquemas de corrupção.

Para ele, o Programa Nacional de Segurança Pública (Pronasci) teve grande importância no combate à violência e ao tráfico de drogas no Rio de Janeiro. A iniciativa do Ministério da Justiça, por oferecer ações de valorização policial e também ações voltadas à comunidade, fez com que tanto a polícia como a população se sentissem  amparados pelos projetos de segurança pública.

O comandante acredita que a pacificação, conceito das UPPs, vai muito além da retomada do território. A retirada do domínio do crime organizado é entendida como ponto de partida das unidades. Com a melhoria de serviços públicos, investimentos e projetos sociais, os cidadãos tornam-se conscientes de seus direitos e deveres. O resultado, segundo Medeiros, é uma “comunidade de cara nova, reestruturada, mas com muito ainda a se fazer”.

Diferentemente do que ocorreu em Cidade de Deus, que foi “pacificada” de maneira gradual por apresentar determinado contexto histórico, nas favelas do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro a necessidade era outra. Os locais eram considerados “quartel general” do tráfico de drogas do Rio de Janeiro. “Eles eram atacadistas e distribuidores de todos os tipos de drogas, motivos que aceleraram a “marcha” da pacificação”, explica o comandante.

Com informações do Sul21