Investigação

Trabalho escravo na Serra Gaúcha leva PF a desencadear operação para apurar organização criminosa

Ação é desdobramento do resgate de 207 trabalhadores em fevereiro. Governo nomeia novo secretário de Inspeção do Trabalho

MPT-RS
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Entre outras situações, alojamento dos trabalhadores era precário

São Paulo – A Polícia Federal deflagrou ontem (17) a Operação Descaro, de combate ao trabalho escravo na região da Serra Gaúcha. Segundo a PF, agentes cumpriram sete mandados de busca e apreensão, sendo seis em Bento Gonçalves e um em Garibaldi.

“O objetivo é aprofundar as investigações e coletar novos elementos de prova para esclarecimento dos fatos ocorridos em 22 de fevereiro, quando 207 vítimas submetidas à condição análoga a de escravo foram resgatadas”, informou a PF. Um dos sete mandados foi acompanhado pela Corregedoria da Brigada Militar (equivalente à PM no Rio Grande do Sul).

Dessa forma, por enquanto foram identificados seis envolvidos. Alvos das medidas judiciais, essas pessoas “possivelmente, integrem uma organização criminosa voltada à prática do crime de submissão ao trabalho escravo”.

Assim, de acordo com as investigações, os trabalhadores vinham de outros estados, recrutados principalmente na Bahia, por meio de uma empresa prestadora de serviços. Os relatos indicam que as vítimas resgatadas estavam sem receber salários, contraíam dívidas com juros abusivos e tinham a sua liberdade de locomoção restringida, além de sofrerem agressões físicas”, lembra a PF.

Novo secretário

O auditor-fiscal Luiz Felipe Brandão de Mello é o novo titular da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT). A portaria da Casa Civil com a nomeação foi publicada na edição de ontem do Diário Oficial da União (DOU).

Segundo o Sinait (sindicato nacional dos auditores), ele é gaúcho de Porto Alegre e atua na função desde janeiro de 1996. Em seu estado, entre outras atividades, ajudou a articular a Comissão Estadual de Combate ao Trabalho Escravo (Coetrae-RS).

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