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Trabalhadores rurais marcham por ‘destravamento’ de políticas para o campo

Representantes de movimentos rurais reivindicam prioridade para as políticas de financiamento e habitação rural e devem ser recebidos por representantes do governo

Tamires Kopp/MDA

A agricultura familiar é responsável pelo abastecimento de 70% dos alimentos que chegam à mesa das famílias

São Paulo – Movimentos sociais de trabalhadores rurais, realizam hoje (12) um ato na região central de São Paulo, que integra as mobilizações nacionais da jornada de lutas em defesa da agricultura familiar. Organizado pelo MST, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), o ato tem previsão de participação de cerca de 1.500 pessoas, que marcharão do Masp até a Secretaria Geral da Presidência da República, na avenida Paulista. Os manifestantes pedem avanços em políticas estruturais para o campo, reforma agrária e denunciam o impacto social e ambiental causado pelo modelo do agronegócio.

O presidente da Federação da Agricultura Familiar do Estado de São Paulo (FAF/CUT-SP), Marcos Pimentel, o Marcão, afirma que é importante destravar pautas que, segundo ele, “vêm sendo represadas há bastante”, como a expansão do Minha Casa Minha Vida Rural para assentamentos e comunidades tradicionais da agricultura familiar, e aponta “retrocesso” na falta de recursos para o crédito rural, habitação e assistência técnica. “É fundamental que destrave. Temos que vencer esse debate.”

Marcos Pimentel chama a atenção para outra questão de fundo, que é a necessidade de regularização fundiária e ambiental, em especial no estado de São Paulo. “Sem uma escritura definitiva, não se consegue acessar crédito, financiamento federal para montar uma agroindústria de beneficiamento dos produtos da agricultura familiar, por exemplo”.

Manifestações de amanhã

Os grupos em defesa da agricultura familiar participam, também, do ato desta sexta-feira (13), convocado pelas centrais sindicais e movimentos sociais, em defesa da Petrobras e da democracia.

O presidente estadual da FAF/CUT-SP afirma que é fundamental que a Petrobras permaneça nas mãos do povo brasileiro e “que o combate à corrupção tem que acontecer, mas isso não pode servir como argumento para que a acabem privatizando”.

Marcos afirma que o “panelaço” promovido por setores de classes médias, em bairros nobres de algumas capitais, no último domingo, é a “manifestação do descontentamento da direita com o caminho com que as coisas estão se dando” e “é a demonstração clara de que o Brasil está no caminho certo”.

É fundamental mostrar que nós, movimento social e sindical, somos autônomos para criticar os retrocessos. Não estamos fazendo a defesa de um governo, mas de um projeto. Esse projeto inclui a Petrobras, a democracia e a reforma política, e não quer dizer que estamos de acordo com a direita”, concluiu.