Mobilidade

Secretário reafirma que prefeitura de São Paulo não pensa em ‘faixa solidária’

Jilmar Tatto, de Transportes, diz que cidade não está preparada, argumenta que fiscalização é difícil e que foco da administração é consolidar faixa exclusiva de ônibus

Leo Martins/Frame/Folhapress

Após anúncio com Haddad (fundo), Tatto afirmou que está apurando falta de ônibus nos fins de semana

São Paulo – O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, reafirmou hoje (27) que a prefeitura não pensa em implementar no momento uma segunda faixa para carros com ao menos dois ocupantes, táxis e ônibus fretados. “Não tem nada de concreto. Tem uma proposta da Rede Nossa São Paulo no Conselho Municipal de Transporte e Trânsito. Movimentos na cidade reivindicam essa nova faixa. Mas nosso foco na prefeitura atualmente é consolidar e ampliar as faixas exclusivas e a velocidade dos ônibus, e tirar os gargalos que ainda tem nelas”, disse, durante entrevista coletiva na sede da administração municipal.

“Não podemos abrir uma nova frente. Isso (a segunda faixa ou ‘faixa soilidária’) é polêmico, dá trabalho e, quando for implantado, se é que um dia vai ser implantado, tem que fazer um planejamento bem feito, com calma e discutido com a cidade como um todo. Nesse momento não estamos pensando em implantar a faixa solidária”, acrescentou o secretário à imprensa, após a apresentação do plano de auditoria dos transportes públicos, ao lado do prefeito Fernando Haddad (PT).

A Rede Nossa São Paulo divulgou hoje em seu endereço na internet que Tatto, em reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT) ontem, defendeu estudos para liberar a segunda faixa. Na realidade, a entidade apresentou relatórios defendendo a implementação da medida.

Segundo o secretário, além de a cidade não ter estrutura, na atualidade, para comportar a iniciativa, a fiscalização seria difícil. “A fiscalização não seria uma questão simples. E tem também a questão viária. É difícil implantar em alguns viários (ruas e avenidas). Eu acho que a cidade não está preparada para isso ainda. Mas o debate é importante, por isso eu disse que via com simpatia”, explicou.

Tatto foi questionado também sobre a carência de ônibus na cidade em fins de semana.  “Isso é um problema. Fizemos a primeira fiscalização nas garagens. A segunda termina na segunda-feira, para verificar se os ônibus estão saindo da garagem”, afirmou o secretário.

Ele admite que existe esse problema nos finais de semana. “Pedi para levantar, para ver se estão descumprindo a ordem de serviço para que cumpram o que foi planejado pela SPTrans”, disse. “Se não cumprirem vão ser multados. Podemos também precisar de ajustes para aumentar os ônibus principalmente aos sábados, quase um dia útil hoje, e aos domingos, para que a população tenha segurança de que o ônibus vai estar na linha.”